Cerca de 300 pessoas acompanharam um caloroso debate entre seis candidatos à prefeitura de Porto Alegre na noite dessa segunda-feira (17/09) na sede do Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB-RS), na Capital. O encontro teve como pauta dez temas relevantes para o município que integram o Decálogo elaborado pela Comissão Cidades do Instituto.
O evento teve mediação do jornalista André Machado e contou com a presença de Adão Villaverde (PT); Nelcir Tessaro, vice de Manuela (PSD); Sebastião Mello, vice de Fortunati (PMDB); Wambert di Lorenzo (PSDB); Jocelin Azambuja (PSL); e Érico Corrêa (PSTU). O candidato Roberto Robaina, do PSOL, não compareceu ao evento por motivos de saúde.
Nas mesas, os convidados a debater com os candidatos foram os arquitetos Rogério Malinsky, primeiro vice-presidente do IAB-RS; Marina Cristina Lay, diretora da Faculdade de Arquitetura da UFRGS; Cícero Alvarez, pres. do Sindicato de Arquitetos; Humberto Hickel, segundo vice-presidente do IAB-RS; Davi Bondar, ex-presidente do IAB-RS; Telmo Magadan, ex-presidente do IAB-RS e Rafael Passos, secretário geral do IAB-RS.
De acordo com Tiago Holzmann da Silva, presidente do IAB-RS, a proposta foi colocar em pauta temas que ficam geralmente de fora dos debates convencionais. As principais questões discutidas foram o planejamento urbano, sustentabilidade, espaço público, mobilidade, projetos urbanos, concursos públicos, participação popular, habitação, entre outros temas referentes à cidade.
Na ocasião, Adão Villaverde, do PT, destacou que seu projeto de cidade se constitui de dois momentos. O primeiro são questões emergenciais de Porto Alegre, como atenção básica a saúde, todas as crianças na creche, qualificação do transporte coletivo, prefeitura assumindo a segurança pública, infraestrutura e planejamento básico e recolhimento pluvial de POA. O segundo momento envolve projetos consistentes para Porto Alegre para no mínimo duas gerações, que se dividem em cinco frentes: sustentabilidade, inovação, POA saudável, POA segura e POA da diversidade.
Sebastião Mello, que representou Fortunati, disse que quer uma cidade sustentável com planejamento urbano. Além disso, ele destacou que Fortunati vai criar um instituto de planejamento urbano para unificar as ações em um único órgão. “Buscamos a participação da população, cogestão e a integração com a região Metropolitana através de planos diretores que conversem”, disse Mello, destacando ainda que Porto Alegre foi vanguarda em planejamento urbano, mas está perdendo essa capacidade por causa do esquartejamento do planejamento urbano.
O vice de Manuela, Nelcir Tessaro, aproveitou para dizer que a proposta da coligação é buscar a modernização de Porto Alegre. “Buscamos fazer uma Capital mais moderna, com uma administração mais leve. Vamos fazer uma cidade melhor de se viver através de melhorias no transporte coletivo, de uma cidade mais limpa e através da sustentabilidade”, acrescentou.
O candidato do PSDB, Wambert di Lorenzo; esclareceu que seu projeto tem três eixos: Renovação Urbana, Desenvolvimento Humano e Gestão de Resultados. “Trabalhamos para formar uma concepção de Estado, que precisa agir diretamente nas questões do planejamento, mas indiretamente nas áreas de educação e saúde”, defendeu.
Para Érico Corrêa, do PSTU, a proposta é gerar uma cidade para os trabalhadores, que não seja construída para turistas, mas para a população viver e sentir-se bem. Já o candidato do PSL, Jocelim Azambuja, falou que seu principal projeto é planejar Porto Alegre pensando em mais do que uma gestão de quatro anos. “Nosso plano é planejar a cidade para 2050. Nós defendemos a construção do Aeromóvel, assim como a viabilização de Catamarãs que façam os trajetos dos bairros para o centro. Apoiamos as ciclovias. Estamos pensando em alternativas de transporte para solucionar o caos em que Porto Alegre vive hoje”, explicou.
Ao longo do debate, Mello reconheceu, ainda, que existem problemas no que diz respeito à aprovação de projetos e comprometeu-se com a agilização deste processo com a criação do Instituto de Planejamento. Jocelim, no entanto, ressaltou a necessidade de revisar a sociedade repensando as burocracias. “Temos uma máquina pública lenta que resulta de um tecido social corrompido”, afirma. Já Érico colocou que o poder público precisa pensar uma cidade para o povo.
Wambert ressaltou que os pedestres devem ter mais atenção nesta estrutura urbana. “Precisamos centrar nossa atenção no pedestre, no usuário do transporte público”, colocou. O candidato defendeu, ainda, o investimento em turismo aliado à tecnologia. Ao falar sobre mobilidade urbana, Nelcir Tessaro sinalizou a importância de um trânsito inteligente, com paradas sinalizadas e corredores de ônibus em mais locais. “Não podemos esperar o metrô ficar pronto para resolver a mobilidade de Porto Alegre”, coloca. Para Villaverde, a questão da mobilidade urbana precisa ser pensada em dois níveis: licitação do transporte público e reestruturação do desenvolvimento da cidade.
Foto: Eduino de Mattos