Desafios aos novos designers

Profissionais de design podem entrar no século XXI comemorando. O campo do design consolidou nos últimos anos uma diversificação de frentes de atuação que o colocam num cenário de novas possibilidades. Do enfoque que marcou o pós-guerra até a década de 70, o design de produto, partimos para novas formas de expressão. O design gráfico, com todas as suas possibilidades —embalagem, identidade visual, comunicação visual, relatórios — viveu grande expansão a partir da década de 80, explodindo nos anos 90. Design de multimídia e web design também são frentes que movimentaram o mercado nos últimos anos e dentro das quais se fortalece o conceito de design de interface. Somam-se a essas possibilidades de atuação novos enfoques do design, nascidas num cenário no qual a especialização do marketing e as necessidades de diferenciação exigem uma nova postura profissional. Estamos falando de gestão de design ou de design estratégico, conceitos que colocam o designer como profissional indispensável nos processos de construção e gestão de marcas e de imagem das organizações. Visão estratégica, percepção do negócio e capacidade para antever tendências impuseram-se como habilidades necessárias ao designer/gestor. A gestão de design articula diferentes formas de expressão e alavanca o reconhecimento de trabalhos de áreas variadas dentro do design, promovendo um novo status à profissão. Neste cenário, a especialização também encontra demanda. Em paralelo às oportunidades de atuação do designer gestor, permanecem as oportunidades do designer especialista. O designer sempre poderá atuar pontualmente, mas a visão global será indispensável em qualquer uma das áreas. Abraçar essas possibilidades é o desafio do novo designer, que entra no mercado embalado pelo fôlego e entusiasmo que o design oferece hoje. Luciano Deos
diretor executivo GAD’DESIGN e presidente da AP Design