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Entrevista de Gilson Paranhos, no ARCOWEB

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Redação AECweb No dia 30 de maio, durante 134ª COSU – Reunião do Conselho Superior do IAB -, em Recife, o arquiteto Gilson Paranhos, de Brasília, foi eleito o novo presidente nacional da entidade. Ele, que já havia sido presidente do IAB-DF, conselheiro, secretário geral e vice-presidente do IAB Nacional, conquistou nas urnas o direito de presidir a instituição por dois anos – 2010/2012. Paranhos falou com o AECweb sobre as prioridades de sua gestão e os desafios que irá enfrentar. AECweb – Qual é o principal desafio do IAB Nacional? Paranhos – Nosso maior desafio, e que se configura numa luta de mais de 50 anos, é conseguir a aprovação do conselho próprio da categoria, o CAU – Conselho de Arquitetura e Urbanismo. Hoje, os anseios da sociedade brasileira não têm endereço: as pessoas não sabem a quem encaminhar reivindicações quando se trata de arquitetura. Nós precisamos iniciar um diálogo com a população e esse diálogo tem que acontecer através do nosso conselho próprio. Além do conselho, existem outras questões fundamentais para uma atuação concreta da classe, como a alteração da lei de licitações. AECweb – Em que estágio está o processo de aprovação do CAU? Paranhos – O projeto, que já teve aprovação em diversas comissões na Câmara dos Deputados, precisa ainda passar pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania – CCJ. Nós estamos dependendo apenas do parecer do deputado Maurício Rands, do PT de Pernambuco. Se aprovado na CCJ, ele vai para o Senado. Lá, teoricamente, precisa passar apenas por uma comissão para seguir para a sanção presidencial. Nossa expectativa é que o projeto seja sancionado ainda esse mês, ou no máximo até julho, porque estamos em um ano eleitoral e, quanto mais perto das eleições, mais difícil fica a aprovação. AECweb – O que precisa ser mudado na lei de licitações? Paranhos – A forma como a arquitetura pública vem ocorrendo no Brasil não é nenhum parâmetro de qualidade. Ela é estática em relação à sociedade. Hoje, as licitações permitem que sejam apresentados projetos básicos, que impossibilitam um padrão mínimo de qualidade. A solução que o IAB vê para esse problema é ir além, estabelecendo como critério para as licitações o projeto executivo. É uma falta de seriedade total licitar uma obra sem um projeto executivo. Se as obras públicas apresentassem um projeto executivo detalhado, dificilmente uma construtora, ou um político, conseguiria superfaturá-las. Qualquer profissional de arquitetura sabe disso, é básico. AECweb – Isso está acontecendo com os estádios da copa? Paranhos – Sim, mas não é tudo, ainda existe a falta de compromisso com a questão profissional dos arquitetos brasileiros. Quando profissionais das mais diversas áreas vão trabalhar para o governo, eles passam por um concurso público antes de assumir sua posição. O arquiteto não. O arquiteto é escolhido em função do relacionamento pessoal que tem com o político que está no poder naquele momento. O IAB encabeça um movimento pró-concursos públicos de projetos. Exatamente o que deveria estar acontecendo com os estádios brasileiros para a Copa. A lei de licitações diz que a contratação de projetos deve ser feita através de concurso público. Somente em casos excepcionais, é permitido fazer valer os quesitos qualidade e preço na hora da escolha. Acontece que a exceção virou regra no Brasil. E pior, hoje os projetos nem são escolhidos pela qualidade, e sim pelo preço. O resultado é que 90% das vezes o menor preço é o pior projeto. AECweb – Qual seria a melhor forma para se escolher um projeto? Paranhos – Através de concurso público, sem dúvida. Em 2009, no Brasil, foram feitos em torno de 16 concursos públicos de projeto. Na França foram 1200. É uma questão de avanço técnico. No Canadá e na Finlândia tudo é feito através de concurso público. O projeto de um estádio, por exemplo, pode se tornar um elefante branco se não for bem pensado. As questões técnicas devem ser debatidas por profissionais especializados na área e serem colocadas sempre em primeiro plano na hora da escolha do projeto. Essas questões puramente técnicas devem ser ouvidas pelos nossos homens públicos. AECweb – O IAB tem perdido força perante a sociedade? Paranhos – Esse raciocínio é parcialmente verdadeiro. Existe uma dificuldade, não só do IAB, mas de todas as entidades da área, em manter uma comunicação eficiente com seus associados e com a população em geral. Com isso, nós perdemos um pouco nosso foco de atuação e, conseqüentemente, as lutas em que estamos envolvidos. A categoria tem muito poder quando as cinco entidades profissionais do setor agem conjuntamente. Isso é facilmente comprovado no caso do CAU. Essa luta vem se estendendo há 50 anos. Bastou que as entidades se unissem para conseguir, num curto espaço de tempo, o encaminhamento do projeto, agora às vésperas de aprovação. Com um detalhe: nós não temos poder econômico nenhum e lutamos contra um gigante, o CREA, que tem um orçamento maior que o do Ministério da Cultura. E estamos vencendo essa briga porque conseguimos nos unir e focar nossos interesses. AECweb – Como será a organização dos IAB’s regionais durante a sua gestão? Paranhos – O IAB vive um momento de transição. Temos estados como o Piauí, o Acre, Amapá e Roraima, onde o Instituto tem dificuldades imensas em promover um atendimento melhor à sociedade local, devido, em grande parte, ao número escasso de arquitetos. Então, devemos desenvolver políticas para sanar essas dificuldades. Em estados como São Paulo e Rio, que têm um número expressivo de associados, o foco é outro: conseguir democratizar uma entidade tão grande. Redação AECweb (http://www.aecweb.com.br/comunidade/xxx) (http://www.aecweb.com.br/cadastrese/cadastrese_form.asp?idOrigem=14) 30/06/2010 – A Sutil Integração entre Arquitetura e Iluminação 29/06/2010 – 17º Café com Sustentabilidade 22/06/2010 – Internet para Executivos 22/06/2010 – Congresso Madeira 2010 18/06/2010 – Responsabilidade Civil na Construção (II Edição) 17/06/2010 – CONSTRUFAIR 2010 17/06/2010 – II Workshop de Residência Sustentável 09/06/2010 – Planejamento de Construções Sustentáveis 09/06/2010 – 2° Workshop Conversa Sustentável 09/06/2010 – 2010-2014: quatro anos para uma Copa Verde no Brasil [+] veja mais (http://www.aecweb.com.br/eventos)

IAB - RS

Por: Diretoria Instituto de Arquitetos do Brasil - IAB

Outras Notícias

NOTA PÚBLICA

As entidades Associação dos Técnicos de Nível Superior de Porto Alegre (Astec), Instituto de Arquitetos do Brasil – Depto Rio Grande do Sul (IAB RS), Instituto Brasileiro de Direito Urbanístico (IBDU), ONG Acesso Cidadania e Direitos Humanos e Sociedade de Economia do Rio Grande do Sul (SOCECON) entraram com ação ordinária a fim de denunciar irregularidades identificadas no edital e processo eleitoral do Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano e Ambiental – Biênio 2024/2025. 

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Desafios do planejamento urbano e gestão em Porto Alegre foram temas de debate no IAB RS

A relação envolvendo o setor imobiliário e a administração pública na Capital, bem como os desdobramentos da revisão do Plano Diretor e as eleições para o Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano e Ambiental (CMDUA), foram alguns dos tópicos abordados no debate “Planejamento Urbano e Gestão: desafios atuais e perspectivas futuras para Porto Alegre”, que ocorreu no dia 28 de março na sede do IAB RS, em Porto Alegre.

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Arquiteta Enilda Ribeiro é homenageada em evento do IAB RS

Para comemorar os 76 anos do Instituto de Arquitetos do Brasil – Departamento Rio Grande do Sul (IAB RS), a entidade planejou uma série com três eventos especiais para debater a profissão, relembrar a história e preservar memórias. Na primeira atividade, a palestra “Acervos em arquitetura e urbanismo – homenagem a Enilda Ribeiro” promoveu o encontro entre o professor da FAUUSP e coordenador da biblioteca da FAUUSP, Eduardo Costa; o membro do conselho consultivo do Centro de Memória CAU/RS, José Daniel Simões; e a copresidente do IAB RS e responsável pelo projeto documental, Bruna Tavares. 

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IAB RS participa do painel RS Seguro COMunidade no South Summit

A copresidente Clarice Oliveira falou sobre a importância dos Concursos Públicos de Projeto e dos processos participativos que o IAB RS vem implantando junto ao governo do Estado. Durante sua fala, destacou que “o IAB RS desenvolve concursos de projeto urbanístico integrai que tem como um pilar muito importante a participação da comunidade no processo inicial de elaboração do programa de necessidades, que vai constituir as bases do concurso público de projetos”.

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Outras Notícias

Arquiteta Enilda Ribeiro é destaque na coluna Almanaque, da Zero Hora

Enilda foi uma das primeiras mulheres a ser diplomada no curso específico em Arquitetura no Rio Grande do Sul. Além e ter lutado pela criação do curso superior de graduação na URFGS, foi presidente do IAB/RS entre 1980 e 1981. “Eu gostaria muito de ter conversado, em algum momento, com ela sobre os desafios que foram enfrentados, tanto no IAB-RS quanto em nível nacional, onde ela articulou a construção de ideias e diretrizes para a formação de um conselho próprio de arquitetura e urbanismo”, declarou a co-presidente do IAB/RS, Bruna Tavares.

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Na mídia: “Depois de construído, é difícil reverter”: o que dizem especialistas sobre mudanças na fachada do Pontal Shopping

Especialistas em urbanismo avaliam que a readequação da fachada da loja Leroy Merlin, no Pontal Shopping, na zonal sul de Porto Alegre, traz pequenas melhorias no visual e no microclima, mas não resolve o problema de sua construção ter se tornado uma barreira à contemplação e à conexão da Avenida Padre Cacique com a orla do Guaíba. Em entrevista ao jornal Zero Hora, a co-presidente do IAB-RS, Clarice Oliveira, ressalta que “Uma parede verde de plantas naturais é positiva porque vai diminuir o calor naquele microclima, com menos concreto. Vai ficar mais agradável, mas continuará sendo um paredão sem interface com o outro lado. Não vai deixar de ser uma barreira”.

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NOTA PÚBLICA SOBRE OS PROCESSOS DE IMPUGNAÇÃO NAS ELEIÇÕS PARA O CMDUA.

O IAB-RS expressa preocupação em relação à ausência de registro dos pedidos de impugnação apresentados pelo instituto no âmbito do processo eleitoral das entidades de classe ligadas ao planejamento urbano no Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano e Ambiental (CMDUA). Conforme o cronograma estabelecido no edital 006/2023, utilizando os critérios estipulados no item 2.11 do referido edital, foi emitido um documento elencando 23 entidades que não demonstram caráter de atividades relacionadas ao planejamento urbano. Isso ocorreu após análise apropriada e indicação da regularidade dessas entidades para participação nas eleições do CMDUA.

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