“O substitutivo à Lei 8279/99 que foi aprovado na Câmara de Vereadores em 11 e 15 de outubro de 2001 apresenta-se como um retrocesso em termos de proteção visual à paisagem de Porto Alegre. Valendo o que a “nova lei” determina, na verdade, não haverá disciplinamento dos veículos de propaganda e publicidade em Porto Alegre, mas oficializa-se o laissez-faire, com sérias conseqüências à paisagem da cidade, que é um bem comum a toda a população. A Equipe do Patrimônio Histórico e Cultural, EPAHC, da Secretaria Municipal da Cultura, vê essa decisão da Câmara com muita apreensão. A liberação total do controle e a desproteção resultará em sérias conseqüências ambientais, tornando a cidade de Porto Alegre confusa e visualmente poluída. As áreas que necessitam de proteção e os prédios de interesses, bens culturais da comunidade, estarão escondidos porque cobertos pela profusão indisciplinada e caótica de veículos publicitários e de propaganda entre eles, painéis eletrônicos e out doors iluminados feericamente, um sobre o outro, cada um deles chamando a atenção do cidadão, que estará sendo agredido nos seus direitos a uma paisagem harmônica e visualmente agradável.
Resta saber o que a população portoalegrense pensa sobre as ações incidentes no espaço da cidade em que vive. Sugerimos a promoção de uma audiência pública para a discussão do tema pelos interessados.”
EPAHC
“É preocupante o acelerado processo de degradação da paisagem urbana de Porto Alegre, a Capital Cultural do Mercosul, contemplada pelo projeto MONUMENTA-BID.
Porto Alegre precisa urgentemente de um Plano Diretor de Publicidade e Propaganda.”
Prof. Arq. José Albano Volkmer
Representante da Faculdade de Arquitetura da UFRGS
“Urge uma postura mais consistente na defesa da qualidade ambiental urbana e no disciplinamento da Publicidade e Propaganda em sintonia com o planejamento da paisagem cultural de Porto Alegre. A capital do Estado do Rio Grande do Sul enfrenta sérios problemas de poluição visual e deve assumir a responsabilidade de conter a onda de descontrole e desregramento pela mídia do uso do espaço visual.”
Conselho Internacional de Monumentos e Sítios – ICOMOS – Seção do Rio Grande do Sul – UNESCO
“Um tema tão crucial para a cidade como esse mereceria um debate mais profundo e amplo com a sociedade. Por isso, realizei reunião na Câmara de Vereadores e requeri a instalação de Comissão Especial. Não foi suficiente para adiar a votação do projeto, mas a matéria continuará em pauta no Legislativo até conquistarmos um Plano Diretor de Publicidade e Propaganda no mobiliário urbano e ao ar livre em Porto Alegre. O que foi aprovado, especialmente nas seis emendas, já significará uma perda para a paisagem urbana da cidade e repercutirá na qualidade de vida das pessoas, no trânsito e até no mercado imobiliário”.
Vereador Beto Moesch
“Não foi aprovado apenas o uso das empenas cegas para publicidade de tamanho gigante. Votou-se que “vale tudo”, a banalização da propaganda foi instituída. Porto Alegre será vergastada por poluição visual em todos os cantos para onde olharmos.
O prefeito deve vetar essa lei. E o povo que reaja!”
Vereador Adeli Sell
“O espaço visual é público. Ninguém é obrigado a acordar todo o dia, abrir a janela e dar de cara com uma imensa foto de uma pizza, aquela franja de queijo derretido lambuzada de molho de tomate. Ou uma façoila senhora de maiô. Ou um gigantesco saco de batatas fritas. O que a cidade ganha com isso?” Jorge Furtado
Cineasta
Arquitetura, cultura e identidade
Com auditório lotado, o boliviano Freddy Mamani Silvestre encantou o público ao mostrar a sua trajetória profissional. O pedreiro, engenheiro civil e arquiteto, expoente der um estilo denominado Naoandino, falou sobre sua carreira, suas referências, sobre como a arquitetura pode transformar o ambiente urbano a partir de uma perspectiva estética e funcional.