A noite de quarta-feira, dia 2, representou um passo importante para a cultura e a paisagem de Porto Alegre. Os critérios para a construção do Museu das Águas (MUSA), bem como sua possível localização e dimensões, foram apresentados para a comunidade. A atividade fez parte do ciclo de encontros, “Quartas no IAB”, que promove atividades culturais semanalmente no sede regional do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB-RS) e tem apoio da Caixa Econômica Federal.
O ex-presidente do Instituto Carlos Alberto Sant'Ana recebeu os convidados Luiz Antonio Grassi, Marcelo Allet e Giovana Becker, componentes da Comissão pró-MUSA. Grassi apresentou o histórico e as justificativas do novo espaço cultural, enquanto Allet e Giovana trataram de critérios técnicos para sua construção.
“O MUSA será um museu público, ao alcance de todos, e terá uma estrutura contemporânea e dinâmica”, explicou Grassi. A proposta, que vem sendo desenvolvida desde 2004, é dividida em três eixos: didático, histórico e de criação artística. O engenheiro ressaltou que a iniciativa está à serviço de uma melhor gestão dos recursos hídricos da Capital e do Estado, buscando promover uma maior participação da comunidade. “Para participar, é preciso conhecer, entender, e o museu é um equipamento para isso”, afirmou Grassi.
Em sua apresentação, o engenheiro também destacou 14 entidades apoiadoras da proposta, dentre estas o IAB-RS. Ele lembrou que o Instituto foi fundamental ao abrigar as reuniões do Comitê Multidisciplinar de Planejamento Urbanístico, que se encontrava para debater ações para a orla, no qual se formou um grupo de trabalho do MUSA ainda em 2009.
O arquiteto Marcelo Allet expôs critérios sociais, simbólicos, urbanístico e ambientais que irão pautar o projeto do MUSA e sua localização. Allet apresentou dois possíveis locais de construção. O primeira delas localizado no eixo do monumento à Marinha do Brasil, prevendo um prolongamento da orla sobre águas do Guaíba e uma ilha artificial. A segunda seria no entorno do Anfiteatro Pôr-do-Sol, podendo até mesmo usar a estrutura deste como parte do novo museu.
Por sua vez, a arquiteta Giovana Becker estima que o MUSA deverá ter cerca de 9.750 m², além de área de estacionamento, podendo custar em torno de R$ 44 milhões. Giovana demonstrou que, tendo três eixos a serem contemplados, a estrutura precisará abrigar exposições, apresentações, acervo histórico, além de salas de múltiplo uso.
A artista plástica Zoravia Bettiol, importante liderança do MUSA, estava presente e manifestou que o próximo passo deve ser a definição de uma área e a formalização do compromisso assumido pela administração municipal.
Os convidados ainda responderam a perguntas do público, terminando o encontro com um amplo debate. A escolha do projeto do MUSA através de concurso público foi um dos temas discutidos, sendo consenso entre os convidados que este é o modo mais democrático e transparente de escolha e que será adotado para a seleção do futuro projeto do Museu.