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Redescobrindo a arte do Mosaico

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Quem passa diariamente pela Catedral Nossa Senhora Madre de Deus ou pelo colégio Nossa Senhora das Dores, ambos no centro de Porto Alegre, pode até não perceber, mas está diante de exemplares de uma técnica e uma arte que remontam à antigüidade. Mosaico, do latim Musaicum, se refere à arte usada para representar as musas nas culturas grega e romana. Com um significado associado à beleza, o Mosaico foi desde sua origem uma arte nobre, muito utilizada para a decoração de espaços. Em uma definição técnica, o mosaico é um conjunto de pequenos elementos – chamados tesselas – reunidos por meio de um ligante que reveste uma superfície plana ou curva, formando desenhos. As tesselas podem ser de diferentes materiais: mármore, pedra, esmalte vítreo ou cerâmica, o que indica, de certa forma, o tempo e o estilo do mosaico representado. O trabalho em mosaico se compõe de quatro principais técnicas. Ele pode ser feito direto sobre o suporte, que é a técnica mais elementar, de oficina; direto sobre a rede, utilizado em trabalhos grandes para que possa ser feito em ateliê e depois transportado; indireto sobre papel, muito usado para o feitio de pisos por apresentar como resultado uma superfície relativamente lisa; e o duplamente virado, uma técnica clássica muito utilizada no período do barroco até o início do século, tendo como resultado um mosaico perfeccionista.

Breve história

No apogeu do Império Romano, a técnica do mosaico foi muito utilizada na arquitetura como elemento decorativo, sobretudo nos pavimentos. Embora conhecido desde a Antigüidade, foi a cultura bizantina que disseminou o mosaico como expressão artística. Com a tomada de Constantinopla, em 1203, o mosaico espalhou-se ainda mais para outros lugares, devido à fuga dos artistas bizantinos. Nos séculos XIV e XV, devido a seu alto custo e laboriosidade, o mosaico foi sendo substituído pelo afresco. Ressurgiu em Roma, na Renascença, mas já sem o caráter monumental do período bizantino. A arte do mosaico era conhecida não apenas na Europa: as civilizações pré-colombianas da América, especialmente os maias e os astecas, utilizavam a técnica com materiais como o quartzo, a malachita, o jade e outros minerais, principalmente os de cor turquesa. As incrustações eram feitas em madeira, ouro, cerâmica e couro, e eram coladas com uma espécie de cimento ou com a própria resina das plantas. Assim, os objetos máscaras, capacetes, medalhões, estátuas sagradas e ornamentos eram recobertos por peças pequenas e irregulares de turquesa bem polida, de modo a produzirem uma superfície uniforme e brilhante.

O mosaico hoje

Segundo Leonardo Posenato, formado pela Scuola Mosaicisti dell Friuli, em Spilinbergo, Itália, o mosaico se encontra mais presente nos momentos de esplendor de cada povo, como nos períodos grego, romano, no renascimento e no barroco. Em sua opinião, a história hoje se repete. Ainda que numa fase inicial, inclusive na Itália, estão sendo criadas associações de mosaicistas que, junto à gradativa profissionalização dos artesãos, podem trazer à tona idéias e novos grupos que melhorem o campo também no Brasil. Com a descoberta de várias técnicas, se tem o mosaico como aplicável em quase tudo na arquitetura, e isto colabora para a expansão da arte que é considerada pelos arquitetos como a melhor forma de arte integrada à arquitetura, afirma Leonardo. Leonardo ministrou recentemente um curso de mosaico promovido pelo IAB, onde utilizou a técnica do mosaico romano, trabalhando essencialmente com o mármore direto sobre o suporte de madeira. É um tipo diferente de mosaico, pelo material e por sua história. Sua beleza está justamente na desigualdade da altura das pedras, nas cores variadas, comenta Rejane Taborda, restauradora e aluna do curso. Para os que caminham pelas ruas de Porto Alegre e apreciam a arte do mosaico, é imprescindível uma visita aos exemplares locais e contemporâneos dessa técnica milenar. Na Catedral Nossa Senhora Madre de Deus, são 120 m de mosaico clássico que compõem o painel da fachada, feitos no Vaticano sob encomenda do Frei Cheuiche no ano de 1971. Os painéis representam cenas bíblicas assim como os quatro evangelistas e anjos. Construído com um fundo de ouro, o mosaico se destaca na paisagem com um brilho na luz do entardecer. Já o colégio Nossa Senhora das Dores apresenta no térreo um mosaico com fragmentos de vidros coloridos, executado de modo empírico por um irmão da ordem. A Catedral fica na Rua Duque da Caxias, em frente a Praça da Matriz, e o Colégio das Dores, na Rua Riachuelo.

fotos: Fernanda Rechenberg
redacao@iab-rs.org.br
Porto Alegre, setembro de 2002.

Por: Diretoria Instituto de Arquitetos do Brasil - IAB

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