O transporte hidroviário na Capital foi o tema de reunião das comissões de Saúde e Meio Ambiente (Cosmam), Economia, Finanças, Orçamento e do Mercosul (Cefor) e Urbanização, Transportes e Habitação (Cuthab) da Câmara Municipal de Porto Alegre, nesta terça-feira.
O presidente da Cuthab, vereador Pedro Ruas (PSOL), autor da lei nº 6384 de 1989 –promulgada pelo então prefeito Olívio Dutra –, que tinha como objetivo implantar o transporte hidroviário coletivo de passageiros no Guaíba, afirmou que, na época, a grande briga foi com a Associação dos Transportadores de Passageiros (ATP), que detinha o poder das concessões. “O transporte hidroviário não substitui o transporte convencional, porém uma das vantagens é a manutenção mais barata da embarcação, pois a estrutura hidroviária não precisa de reparos diários”, alega Ruas.
Viagem experimental
O diretor da EPTC, Carlos Alexandre Ávila, declarou que já na primeira viagem experimental de catamarã, solicitou ao prefeito a formação de uma comissão de trabalho para o detalhamento dos temas que envolvem todo o processo de implantação do transporte hidroviário no Guaíba. “Esse processo envolve mudanças de modal, alternativas de atracadouros e estudo da distância a ser percorrida. É preciso adequar a lei para esse novo transporte”, afirma Ávila.
O diretor de Transportes da Metroplan, Marcus Damini, informou que já estão sendo realizadas reuniões com a EPTC para a implantação do transporte hidroviário. “Dependemos de verbas para os trabalhos de dragagem do Guaíba, cálculos do calado necessário para a navegação, entre outros.”
Estudo do sistema hidroviário
Para o superintendente de Portos e Hidrovias do Estado, Vanderlan Vasconselos, é preciso buscar alternativas para a implantação do transporte hidroviário na Capital, “o que é um desafio”. Segundo ele, este trabalho demanda de uma série de estudos. “Precisamos ter conhecimento do rio e suas condições de navegabilidade, ter um estudo do clima da região, saber o material que está depositado no fundo do rio (pode ser cascalho, areia ou terra). Precisamos de radares, GPS, iluminação e a criação de carta náutica. E não existe previsão orçamentária para tudo isso. Só com vontade política teremos um transporte hidroviário”, argumentou.
Ficou definido na reunião que Vasconselos retornará ao Legislativo para apresentar um vídeo com todo o mapa hidroviário do Estado. A partir daí, as comissões farão novas reuniões a fim de formatar uma proposta concreta a ser encaminhada à Prefeitura e ao governo do Estado, com um plano unificado da Câmara Municipal sobre a melhor maneira de implantar o sistema de transporte hidroviário da Grande Porto Alegre.
Participaram da reunião os vereadores Idenir Cecchim (PMDB) João Antonio Dib (PP), Carlos Todeschini (PT), Engenheiro Comasseto (PT) Aldacir Oliboni (PT). Dr. Raul Torelly (PMDB), Dr. Thiago Duarte (PDT), João Carlos Nedel (PP), Beto Moesch (PP), Toni Proença (PPS), Fernanda Melchionna (PSOL), Mário Manfro (PSDB) e Mauro Pinheiro (PT) além do secretário Municipal de Acessibilidade Paulo Brum, do coordenador de Planejamento Operacional da Metropan Jacson Lopes e do assessor parlamentar da EPTC Celso Pitol.