A busca pela compreensão da arquitetura portuguesa e da arquitetura contemporânea como um todo foi o objetivo do curso Reinvenção de uma arquitetura: a casa portuguesa, promovido pelo Instituto de Arquitetos do Brasil, Departamento do Rio Grande do Sul (IAB RS), e ministrado pelo arquiteto português Fabio Dimas, um nômade digital, que atualmente vive entre Brasil e Portugal. Dimas é formado pela universidade de Évora, membro da Ordem dos Arquitectos de Portugal, dividindo seu trabalho em produção arquitetônica em Portugal e no Oriente Médio, em colaboração com o atelier AAP – Associated Architects Partnership.
Ele acredita que a arquitetura contemporânea não se limita à literatura. “Valorizo intensamente a vivência das obras, considerando fundamental, como construção/formação de conhecimento a visita constante a edifícios das mais diversas épocas, escalas e programas”, destaca o arquiteto, que registra fotograficamente essa arquitetura, montando um olhar crítico a partir da experiência vivida.
A atividade na capital gaúcha integrou as comemorações de 15 anos do edifício que abriga a Fundação Iberê Camargo e ocorreu entre os dias 21 e 22 de abril, com programação no Solar do IAB e na própria Fundação Iberê.
Na Aula Magna foi apresentado o documentário “Paisagem Concreta”, produzido pela Olé Produções. O filme transita entre Brasil e Portugal, criando uma narrativa sobre a Fundação Iberê, a reflexão do arquiteto Álvaro Siza para concepção do edifício, bem como a sua relação afetiva com o Brasil. Os participantes tiveram ainda a oportunidade de assistir a palestra que apresentou um contexto mais abrangente e, simultaneamente, aprofundado da obra de Siza.
O curso abordou a história e a cultura portuguesa, a partir de habitações vernáculas, chegando às casas de Álvaro Siza e Eduardo Souto de Moura e de outros arquitetos contemporâneos que projetaram ao longo do território português. Foi uma oportunidade para refletir sobre formas de pensar a arquitetura por meio de diversos enquadramentos, tais como como um corpo disciplinar autônomo, como construção que é atrelada a um lugar e como um acontecimento, desenvolvendo ferramentas capazes de promover uma leitura crítica acerca da arquitetura contemporânea e estimulando o próprio processo de projeto.
Confira alguns registros do evento: