Mostra comemorativa de 15 anos do Studio1 Arquitetura, “A arte na patologia ou a patologia na arte?”, reúne imagens que revelam sinais do tempo e a degradação de estruturas. Sediada no Solar do IAB, a mostra ficará em cartaz até 28 de maio.
Fotos: Suzana Pires
A arte do tempo, por assim dizer, traz à tona os efeitos sobre estruturas edificadas, como as trincas, os musgos e as rachaduras. Essa percepção que poderia ser apenas técnica para o profissional de arquitetura acostumado a vivenciar a rotina do patrimônio cultural se transforma em um viés artístico por meio da exposição “A arte na patologia ou a patologia na arte?”, realizada pelo Studio1 Arquitetura para comemorar os seus 15 anos de atividade. A mostra tem apoio do Instituto de Arquitetos do Brasil – Departamento Rio Grande do Sul (IAB RS), e ficará em cartaz o Solar do IAB (General Canabarro, 363, Centro Histórico), até o dia 28 de maio, com visitação de segunda a sexta, das 10 às 17h.
Com curadoria de Jacqueline Manica Giradi e Lucas Bernardes Volpatto (autores das fotos) e de Manuela Sant’Anna, Gabrielly Pederiva e Leonardo Monzoni, a exposição apresenta 32 imagens que costuram o olhar técnico e o ponto de vista artístico sobre as edificações e seus efeitos do tempo. Seriam estas imagens meros registros técnicos, ou seria a própria matéria clamando por atenção, por cuidado, por poesia? Onde termina o rigor da manifestação patológica construtiva e começa o sopro silencioso da arte?
Conforme Lucas Bernardes Volpatto, “o objetivo é divulgar fotos de trabalho com um olhar artístico. Não são fotos que foram inicialmente pensadas para serem expostas, são registros que destacam as manifestações patológicas de trabalho. É claro que a gente tem um olhar artístico sobre elas, evidentemente. Esse trabalho é interessante também porque as fotos destacam edifícios de diversos pontos da cidade”, conta.
De acordo com a curadoria, as fotografias desta exposição não buscam apenas denunciar a ausência de manutenção ou o abandono. Elas revelam com delicadeza a beleza da persistência. A dignidade das estruturas que, mesmo corroídas, seguem de pé. O gesto quase heroico do que insiste em permanecer. Na pele enrugada dos edifícios antigos, há vestígios de vida. No ferro exposto, no concreto trincado, na tinta descascada, há arte. Arte que não foi feita para ser bela, mas que é porque carrega o tempo, a história e a verdade. E assim, nesta fronteira tênue entre o colapso e a permanência, reconhecemos: tudo é arte, quando se é Patrimônio Cultural.
Ficha técnica:
Curadoria
Jacqueline Manica Giradi – autoria das fotos
Lucas Bernardes Volpatto – autoria das fotos
Manuela Sant’Anna
Gabrielly Pederiva
Leonardo Monzoni
Assessoria Artística
Roberta Agostini
Execução
Bang Impressões
Manuel Fernandez
Lucas Volpatto