Sítios de la memória FERNANDA MARTINS COSTA
ABERTURA 25/10/2017, às 19:30 VISITAÇÃO ATÉ 24/11/2017
Acredito que, assim como as pessoas, os espaços que nos acolhem também carregam lembranças e vivências. Ao me apropriar de fragmentos de tinta oriundos de paredes e muros para as colagens sobre tela, construo uma obra combinada de pigmentos, areia e resinas onde relevos e territórios surgem ao longo do processo. Longe dos cavaletes e procedimentos tradicionais da pintura, adoto gestos e ferramentas da construção civil onde o acaso faz parte da composição. Nascem superfícies plásticas que sugerem desde espaços arquitetônicos até paisagens aéreas. Uma geografia imaginária. São sítios de memórias vivenciadas e desejos projetados que ao encontro do gesto na pintura exercito a liberdade de expressão e elaboro a minha existência. A mostra “Sítios de la memória” é o resultado de uma pesquisa que realizo há oito anos, em que a apropriação de materiais, imagens e informações sobre o espaço expositivo é o alicerce para a fatura não só das telas, mas de toda a atmosfera do espaço a ser vivenciado pelo observador. Nesse sentido, toda a criação para a sala do arco, na Galeria Espaço IAB, foi pautada pela história do Solar do Conde de Porto Alegre. Construído na segunda metade do século dezenove, esse prédio abrigou entre outras instituições, além da residência inicial, o primeiro necrotério da cidade (1933) e parte das instalações do centro de repressão ao longo dos anos de ditadura militar, o Dops. (Fernanda Martins Costa)
NA SALA ANEXA
Meio ao Caos – Insubmissões Adela Bálsamo Armando, Ana Rocha, Anderson Neves, Carmem Salazar, Carmen Sansone, Fábio André Rheinheimer, Fátima Pinto, Lizandra Caon, Louise Soares, Lucca Curtolo, Luci Sgorla, Paola Zordan, Paula Ruszkowski, Raquel Hirtz, Roberta Agostini, Roberta IVI, Sãndro Belloríni e Soraya Girotto
ABERTURA 25/10/2017, às 19:30 VISITAÇÃO ATÉ 24/11/2017
Em sua pluralidade de matérias, técnicas e expressões, a mostra MEIO AO CAOS questiona qual arte é livre. Indaga quais discursos são tomados como pertinentes para tratar e destratar temas polêmicos em arte. Nos encontros e desencontros entre pesquisas, obras e artistas, pensa em como um espaço comum se articula. Meio é tanto a metade como o entorno que constrói o espaço que nos situa. Meio também é estar entre. Em meio a um caos de informações e debates, o grupo se move resistindo a complexidade de um meio, por vezes hostil, no qual juízos morais incidem sobre a produção artística. Ao mesmo tempo, adere a um sistema de escolhas e exclusões, aceitando a submissão de propostas a editais perante aleatórias entradas e saídas no mundo da arte. Partindo de inquietações em torno da legitimidade no sistema contemporâneo das artes visuais, opera em suas problemáticas mobilizações, estratégias e logísticas, discutindo as relações entre quem faz e quem aprecia; entre quem investe em seu trabalho e quem desiste de expor a sua arte. Entre novas-velhas tramas procura provocar encontros que não os já estabelecidos, sem propor um projeto curatorial centralizado e coeso, sem uma fórmula prescrita, expondo poéticas individuais que procuram pontos de rupturas entre elementos coincidentes. Diversos olhares nos instigam a pensar o que é a liberdade na arte, deixando em aberto questões em torno do caos imanente à tessitura de projetos coletivos e a imprevisibilidade de suas repercussões. (Paola Zordan)
NA SALA NEGRA
Expressões GOTTO
ABERTURA 25/10/2017, às 19:30 VISITAÇÃO ATÉ 24/11/2017
O escultor Gotto, mediante sutis intervenções, revela o que já está contido na própria natureza, demonstrando que para a conquista de um resultado forte, se faz necessário abrir o processo e explorar positivamente seus desdobramentos ao longo da desconstrução da matéria prima. Com forte trabalho autoral, o artista deixa visível sua intenção de transformar a matéria, antes bruta, em obras de arte, exaltando com sobriedade as sinuosiades da vida e suas transformações nem sempre controladas. Antes era apenas pedra, mas agora descoberta ressignifica-se como cabeça, ou semente e outras interpretações que também não abandonam a raiz do ser: ainda pedra.
NA CIRCULAÇÃO
Sagração do Pampa MARIO CLADERA
ABERTURA 25/10/2017, às 19:30 VISITAÇÃO ATÉ 24/11/2017
Mario Cladera nasceu em Montevidéu, Uruguai, em 1958, e reside em Porto Alegre desde 1978. Trabalhou no ateliê do escultor Vasco Prado e da gravurista e tapeceira Zorávia Bettiol, e também com a ceramista Argentina Martha Kearns. Em 1984 ingressa no Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, quando foi aluno dos professores Cláudio Martins Costa, Carlos Tenius, Rose Lutzemberger, entre outros. Entre os anos 1986 e 1996 o escultor realizou uma série de obras em terracota, bronze e resina com cargas. As obras do artista nesse período expressam um olhar e um sentir latinoamericano resultado do sincretismo entre o sagrado e o profano, o culto e o popular, o racionalismo e a magia. O trabalho exposto na Galeria Espaço IAB, intitulado “Sagração do Pampa”, é fruto de uma série desenvolvida nesse período de atuação de Cladera, e pertence ao acervo da Galeria da Duque.