A grande vencedora da noite, no entanto, foi Ana Paula Venturini, formada, no ano passado, pelo Centro Universitário Franciscano. O projeto propõe, com o fomento à produção de cachaça, a preservação de um patrimônio histórico do município de Silveira Martins, que integra a Quarta Colônia da imigração italiana, na região Central do Rio Grande do Sul. O alvo do estudo é o Moinho Moro, edificação singular na cidade e que possui, aproximadamente, 140 anos. Pertencente à família Moro, a estrutura com arquitetura típica da imigração italiana no país, ainda hoje, produz farinha e cachaça, alimento e bebida incorporados à cultura colonial italiana. A monografia, apresentada em julho do ano passado, possui 86 páginas: “a escolha do tema foi pelo valor histórico da edificação, pelo meu amor ao patrimônio e à arquitetura desses imigrantes e pela importância que a edificação tem para essa região. Como ela foi uma das primeiras a ser construídas, então ela tem um valor histórico e de memória para o local” – ressalta Ana Paula. A universitária foi orientada pela professora Anelis Flores.
Ana Paula Marzari Venturini, do Centro Universitário Franciscano, foi a grande vencedora da noite.
Os trabalhos inscritos foram submetidos aos critérios de inovação, economicidade, criatividade, objetividade, funcionalidade, exequibilidade, contribuição tecnológica e social e sustentabilidade. Três arquitetos urbanistas avaliaram os projetos, conforme explica Eloise de Brito Mudo, uma das coordenadoras do prêmio: “a sessão de julgamento é feita com três arquitetos e urbanistas que podem ser professores ou não professores. Daqui da região, não pôde ser professor para que houvesse conflito de interesse. São eles três que avaliam, que integram a comissão julgadora”. Inicialmente, dos 30 trabalhos, 17 passaram para a segunda fase. Em seguida, apenas 10 foram selecionados e, destes, restaram os quatro premiados.
A cerimônia foi realizada na sede do IAB-RS, situada no Solar do Conde de Porto Alegre, edificação histórica do Centro da Capital gaúcha. Durante o evento, também foi aberta a exposição “O Desenho da Memória”, que contém croquis e desenhos de importantes arquitetos brasileiros. No terceiro andar do Solar, também é possível conferir os 31 projetos que concorreram ao prêmio.
Além disso, também foi lançada uma plataforma digital com todos os trabalhos inscritos na disputa nos últimos anos, conforme destaca o presidente do IAB-RS, Rafael Passos: “todos os trabalhos apresentados nos últimos três anos estão na plataforma. Já começamos com 120 trabalhos e, a partir deste ano, também, por ali, vai operar toda a parte de inscrições e regulamentos. O estudante vai poder acessar toda a plataforma e poder fazer o upload dos arquivos. (…) Com isso, a gente espera poder contribuir também com pesquisa acadêmica. Quem faz pesquisa, hoje, da produção acadêmica em faculdades de arquitetura vai ter uma boa plataforma de pesquisa” – destaca o presidente do IAB-RS.
Saiba quem foi José Albano Volkmer, arquiteto que dá nome ao prêmio do IAB-RS
Falecido em 2007, Albano presidiu o IAB entre entre 2002 e 2005. Formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), também foi professor e diretor da Faculdade de Arquitetura da Ufrgs de 1985 e 2006. Atuou na presidência do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Confea) e na do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CREA/RS). Acumulou ainda as funções de diretor do Museu de Artes do Rio Grande do Sul (MARGS), da presidência da recém extinta Fundação de Ciência e Tecnologia (Cientec), além de trabalhar como arquiteto da Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano e Regional (Metroplan). No ano de 2013, Albano virou nome de rua localizada no Loteamento Toscana, no bairro Jardim do Salso.