Algumas das mais importantes obras do arquiteto Irineu Breitman estarão em exposição a partir do dia 6 de abril, no Solar Conde de Porto Alegre, sede do IAB-RS, em comemoração aos seus 80 anos. Os arquitetos Guilherme de Almeida, Marcelo Donadussi e Marcos Bueno, organizadores da exposição, reuniram alguns de seus trabalhos de destaque para lhe prestar uma homenagem. “Uma exposição como essa, montada por um grupo de jovens arquitetos ligados à fotografia, é o maior destaque que se pode ter”, declara Breitman.
Irineu Breitman nasceu em 3 de junho de 1930, em Cachoeira do Sul, e faz parte de uma geração pioneira, que introduziu e consolidou a arquitetura moderna no Sul do país. No âmbito da sua produção mais reconhecida, a arquitetura hospitalar, é pai de muitas grandes obras, como o Hospital Fêmina, em Porto Alegre, um marco desse pioneirismo, o Hospital Regional da Grande Florianópolis, em São José, e o Hospital Regional do Oeste, em Chapecó. Ele também trabalhou na área industrial e fez inúmeros projetos de prédios residenciais e comerciais.
Mas é de uma edificação que já não existe mais que o arquiteto guarda uma lembrança afetuosa: o Teatro de Equipe, na rua Andrade Neves, no Centro da Capital. “Era uma casa velha, com 5 metros de largura, que foi transformada num teatro de 130 lugares. Não parecia possível”, explica, orgulhoso, o seu feito. Breitman recorda do dia em que um ministro “muito ligado à cultura” esteve no teatro e fez um elogio inusitado ao seu trabalho: “Isso aqui não é arquitetura, é invenção”. “Jamais esqueci essa frase.” Ele conta que o ator Paulo José, que foi estudante de arquitetura, foi um dos que pisou no palco do teatro. Além dele, Milton Matos, que também fazia teatro.
Breitman é um dos grandes nomes do IAB-RS. No seu “tempo”, o instituto funcionava “numa salinha cedida pela Faculdade de Arquitetura”, e foi na sua gestão como presidente que foi construída a primeira sede do departamento do Rio Grande do Sul, em frente à Santa Casa. “Tenho muito orgulho de ter sido presidente do IAB-RS e fazer parte dessa instituição, cada vez mais representativa”, afirma. “O IAB foi se fortalecendo à medida em que mais jovens foram se formando e fazendo parte da entidade”, explica o arquiteto, que considera importante a reciclagem de ideias e a disposição das novas gerações em lutar pelos interesses dos profissionais da área.
A aprovação da criação do Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU) é, para ele, a prova de que uma luta vivida por mais de uma geração pode ser vencida. “É uma conquista importante par a categoria, que não desistiu de lutar. Essa foi uma questão sempre muito difícil, mas houve muita insistência e hoje é uma satisfação muito grande ver que a nossa meta foi alcançada.”