A última Quarta no IAB realizada no dia 26 de agosto, teve lançamento dos projetos culturais “Caravanas da Arquitetura” e “Quarta no IAB Ao vivo”. O evento teve a presença Roberto Py, presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do RS (CAU/RS), entidade patrocinadora dos projetos culturais lançados na ocasião.
“Nós do CAU/RS valorizamos muito essa iniciativa. Em diversas ocasiões incentivei a continuidade destes eventos”, destacou Py. Para ele, as Quartas no IAB se tornaram uma referência entre os arquitetos. “Parabéns ao IAB-RS por essas iniciativas. Para o CAU/RS, essa foi a melhor forma de valorizar essa entidade. O CAU tem sua missão, de regular e fiscalizar, mas precisa incentivar atividades como essas, criadas por nossos profissionais e entidades”, concluiu o presidente do CAU/RS.

O vice-presidente do IAB-RS, Rafael Passos apresentou o perfil dos dois projetos e destacou a primeira edição das Caravanas da Arquitetura, que ocorre entre os dias 06 e 07 de setembro, na cidade Erechim, com palestra do arquiteto italiano Armando Rossi, que estará também ministrando curso no dia 8 de setembro no IAB-RS.
Após a apresentação dos projetos teve início então o debate sobre a Tutela do Patrimônio Histórico – Por que preservar? A arquiteta Briane Bricca, mediadora do evento, fez a apresentação da mesa: “Dra. Ana Maria Marchesan, promotora de justiça, que tem sido uma batalhadora pelas questões do patrimônio histórico; pelo arquiteto Nestor Torelly, representando o ICOMOS e que também representa o IAB no conselho do patrimônio histórico; Jorge Luís Stocker, da nova geração muito bem articulada que nos orgulha, pois estamos aqui para passar o bastão para esses jovens batalhadores. É da entidade Defender que tem defendido com muito ardor o patrimônio no Estado; e pelo engenheiro Mauro Touguinha, vice-presidente do Sinduscon/RS.
Para Ana Maria Marchesam, o patrimônio foi usado para o mal e para o bem com várias formas e várias significações. “O patrimônio sofreu desvios históricos em termos de significados e ainda sofre. Mas há ao longo da história existiram pessoas mais humanistas que conseguiram deter essa fúria destruidora, e o grande marco disso foi a revolução francesa”, observou a promotora. Marchesam disse que o esse processo de preservação tem que envolver mais a comunidade. “Estamos trabalhando na promotoria uma ação contra a pichação dos monumentos da cidade, em parceria com o Sinduscon, que está recuperando alguns monumentos do parque da redenção. Queremos que as secretarias do POA e do RS façam ações que valorizem esses monumentos, como passeios guiados para escolas conhecerem os monumentos. Temos que vivenciar para poder, amar e preservar. São aspectos fundamentais esse tipo de ações”, destacou a promotora. Sobre o processo de escolha do que preservar, Marchesam citou como exemplo casas residenciais. “Qual o fato memoriável da história que vemos na travessa do venezianos. Essa lei de tombamento gera muita controvérsia. E o artigo 216 da constituição federal diz que é patrimônio cultural os bens materiais e imateriais em conjunto em função da memória, modos de expressão e demais espaços a manifestações culturais, sítios de valores históricos, paisagístico, entre outros”, citou. Para Ana Marchezan, o que vale é o valor do testemunho que o bem tem para contar, por sua simples presença na cidade, que dispensa a oralidade.
Para Ana Maria Marchesam, o patrimônio foi usado para o mal e para o bem com várias formas e várias significações. “O patrimônio sofreu desvios históricos em termos de significados e ainda sofre. Mas há ao longo da história existiram pessoas mais humanistas que conseguiram deter essa fúria destruidora, e o grande marco disso foi a revolução francesa”, observou a promotora. Marchesam disse que o esse processo de preservação tem que envolver mais a comunidade. “Estamos trabalhando na promotoria uma ação contra a pichação dos monumentos da cidade, em parceria com o Sinduscon, que está recuperando alguns monumentos do parque da redenção. Queremos que as secretarias do POA e do RS façam ações que valorizem esses monumentos, como passeios guiados para escolas conhecerem os monumentos. Temos que vivenciar para poder, amar e preservar. São aspectos fundamentais esse tipo de ações”, destacou a promotora. Sobre o processo de escolha do que preservar, Marchesam citou como exemplo casas residenciais. “Qual o fato memoriável da história que vemos na travessa do venezianos. Essa lei de tombamento gera muita controvérsia. E o artigo 216 da constituição federal diz que é patrimônio cultural os bens materiais e imateriais em conjunto em função da memória, modos de expressão e demais espaços a manifestações culturais, sítios de valores históricos, paisagístico, entre outros”, citou. Para Ana Marchezan, o que vale é o valor do testemunho que o bem tem para contar, por sua simples presença na cidade, que dispensa a oralidade.

Para o arquiteto Nestor Torelly, representante ICOMO, aqueles aspectos agradáveis que conseguimos preservar em nossa memória de alguns lugares, hoje se apresentam como espaços que não nos conduzem mais tranquilidade. “O quanto é importante do ponto de vista social e psicológico preservar nosso patrimônio. O centro histórico, por exemplo, passou a ser objeto de um acesso inadequado da cidade. As políticas públicas não estão sintonizadas com certos aspectos e acabam criando conflitos”, destacou. Torelly contou que tem acompanhado os inventários dos prédios de Porto Alegre e para ele existem muitos equívocos.
O estudante de arquitetura Jorge Luís Stocker, representante da organização Defender, afirmou que em Porto Alegre existem mais de mil inventariados, mas tem muitos bairros que não estão contemplados. “As cidades não tem inventários, são conceitos tecnocratas, com legislação que não pegaram. Infelizmente a gente precisa estabelecer as metodologias. Temos o projeto de inventários afetivos, para as comunidades serem protagonistas”, informou. Para ele, a equipe técnica tem a capacidade de subsidiar aquela comunidade, mas a sociedade sabe muita coisa que a equipe técnica nunca vai saber por meio de uma visita. “Precisamos ainda tirar o patrimônio do pedestal, tem que ser um viés mais comunitário, aquilo que está no dia a dia, como a caixa d’água do bairro Petrópolis. A Defender tem propostas com abaixo assinados”, concluiu Stocker.
O estudante de arquitetura Jorge Luís Stocker, representante da organização Defender, afirmou que em Porto Alegre existem mais de mil inventariados, mas tem muitos bairros que não estão contemplados. “As cidades não tem inventários, são conceitos tecnocratas, com legislação que não pegaram. Infelizmente a gente precisa estabelecer as metodologias. Temos o projeto de inventários afetivos, para as comunidades serem protagonistas”, informou. Para ele, a equipe técnica tem a capacidade de subsidiar aquela comunidade, mas a sociedade sabe muita coisa que a equipe técnica nunca vai saber por meio de uma visita. “Precisamos ainda tirar o patrimônio do pedestal, tem que ser um viés mais comunitário, aquilo que está no dia a dia, como a caixa d’água do bairro Petrópolis. A Defender tem propostas com abaixo assinados”, concluiu Stocker.

O engenheiro Mauro Touguinha, vice-presidente do Sinduscon/RS, destacou que sua entidade é a favor do patrimônio cultural e da nossa história. “O que eu queria deixar claro aqui, é que o Sinduscon segue leis, nós só construímos onde é permitido. Não somos donos de terrenos”, afirmou Touguinha. Ele explicou que análise dos terrenos são feitas pela lei de mercado, avaliando a localização, o potencial construtivo, e o lucro. “O empresário da construção civil constrói onde e como as pessoas querem. Nós temos um a lei vigente, e faltam regras claras, como por exemplo, a do número de andares dos prédios”, criticou. Para ele, quando tombamos uma propriedade se tem um ônus e a sociedade tem o direito de decidir se deve ser tombado ou não. “A lei de mercado é oferta e procura. Nós não somos o bicho papão do patrimônio histórico. Como proprietário de imóvel, hoje eu não tem o direito de decidir. Uma pessoa que teve seu imóvel inventariado, teve seu custo reduzido a zero. Isso é o mesma coisa que enfiar a mão no bolso e tirar o dinheiro dela”, provocou ele. Touguinha disse ainda que a forma do Estado está errada. “Sou a favor do patrimônio histórico, mas para isso tem que existir regras e todo mundo tem que opinar. Agora um gestor ir lá e decidir, está errado com a sociedade”, concliu.