UNIDADE e LIDERANÇA
Colegas Arquitetos membros do Conselho Superior do IAB,
Aproxima-se a eleição para a Direção Nacional do IAB para o período 2010/2012. Neste final de semana estaremos reunidos no Recife para concluir as discussões e eleger nossa próxima diretoria.
O Brasil vive um momento positivo na sua História. O crescimento e a melhoria das condições de vida no país são visíveis. Os investimentos públicos, principalmente em setores econômicos afetos à nossa atuação, e a estratégia de aquecimento da economia por meio de programas de incentivo à construção civil criam a oportunidade de um novo bom momento para a arquitetura brasileira.
Avanços na área do planejamento também são sensíveis, desde a criação do Ministério das Cidades, na elaboração maciça de Planos Diretores, nos esforços pela implantação efetiva do Estatuto das Cidades, nos planos setoriais municipais e estaduais de Habitação, Mobilidade, Saneamento e outros que recuperam a visão de planejamento de longo prazo, uma bandeira histórica dos arquitetos e urbanistas.
A aprovação do CAU, nosso Conselho exclusivo, é uma realidade iminente e que transformará a realidade da profissão permitindo que os arquitetos brasileiros se organizem a partir de uma condição independente e autônoma, mais afeita aos interesses da categoria.
Essa conjuntura, tão favorável em oportunidades para a Arquitetura, impõe no entanto muito maior responsabilidade sobre a escolha dos rumos a serem tomados pelo IAB, em especial na escolha dos colegas que irão carregar o fardo da Direção Nacional no período vindouro.
O Departamento Rio Grande do Sul tem entendimento que ambos os postulantes – tanto o IAB-DF como o IAB-CE – reúnem condições para assumir a Direção Nacional da nossa entidade, e podem contar com o apoio do IAB-RS. E podemos dizer o mesmo – com satisfação – dos virtuais candidatos à Presidência, que têm plenas condições de liderarem a entidade neste momento.
Porém, a liderança do IAB será muito mais difícil e custosa para todos nós se continuarmos a privilegiar diferenças internas e não os grandes consensos da profissão. O momento nos inspira agir com SERENIDADE e MATURIDADE e, principalmente, com GENEROSIDADE para com o IAB, a arquitetura, os arquitetos e a sociedade.
LIDERANÇA
Do IAB se espera liderança. O IAB deve participar ativamente como protagonista de todos os processos que envolvam os arquitetos e que digam respeito à cidade, ao planejamento, ao patrimônio cultural, à assistência técnica, à construção civil, à cultura arquitetônica e artística nacional.
Entre todas as entidades nacionais, nossas grandes parceiras em tantas lutas que legitimamente representam os colegas de profissão, é o IAB que não restringe sua representação a interesses específicos, setoriais e de parcelas do universo profissional. O IAB é a única entidade que se propõe a representar todos os arquitetos brasileiros com aspiração universal.
Os arquitetos do Brasil esperam de nós esta postura. Para cumprir esta finalidade, o IAB deve estabelecer uma verdadeira estratégia de ação e interação com a sociedade. Isso implica um programa político plenamente acordado no COSU para ação nacional.
Neste sentido devemos aprofundar as relações institucionais com as esferas da administração pública (federal, estadual e municipal), movimentos sociais, empresas, entidades, reforçando o papel do IAB como o grande interlocutor dos arquitetos brasileiros de suas demandas e interesses.
Em um país em que é comum usar-se a urgência da necessidade e do utilitarismo como pretexto para favorecer interesses privados, devemos identificar o interesse profissional e público na promoção da idéia de ARQUITETURA COMO EXPRESSÃO DA CULTURA NACIONAL, elemento de elevação da qualidade de vida e igualdade e de desenvolvimento. Nossa entidade deve pautar as ações das instituições no sentido da educação e da informação da população sobre a nossa profissão, sobre nossas competências e nossa atuação.
A universalização do DIREITO À ARQUITETURA passa pela qualificação das obras públicas, dos espaços urbanos e dos programas de habitação social. O IAB deve assumir, em conjunto com as demais entidades, a implantação imediata da Lei Federal de Assistência Técnica – Lei 11.888/2008, resultado de uma luta de mais de 30 anos, iniciada no Rio Grande do Sul, que garante a ASSISTÊNCIA TÉCNICA gratuita ás famílias de baixa renda, e deve garantir que este acesso seja universalizado tanto para as famílias como para os profissionais interessados em prestar este tipo de serviço.
As obras públicas devem ser qualificadas pela adoção generalizada de processos públicos de seleção de serviços pela qualidade e pela relação de custo e benefício em longo prazo – através de CONCURSOS PÚBLICOS, que melhor atendem aos interesses da sociedade. Devem ser rejeitadas todas as concorrências de preço que aviltem e rebaixem a justa remuneração do trabalho criativo, colocando-se em nossa agenda institucional a alteração da Lei 8666/93.
O IAB tem o dever de seguir lutando pela aprovação do CAU, como o fato mais importante para a arquitetura brasileira nos tempos atuais. Devemos entender que a aprovação da Lei e sua sanção pelo Presidente da República não é mais que o início de uma etapa ainda mais laboriosa, de regulamentação e organização do novo Conselho. Esta luta que consumiu tantos esforços de nossa parte não pode redundar em frustração para os arquitetos brasileiros. O CAU deve ser construído em espírito limpo e funcional, objetivo e ético.
O IAB deve liderar a transição para o novo Conselho, evitando que este se desvie. O IAB, condutor histórico da luta pelo conselho próprio, deve construir as condições para que o CAU sirva a todos os profissionais e atenda aos interesses públicos da sociedade brasileira.
A liderança destes processos lutas somente será possível com UNIDADE, e esta deve ser imediatamente forjada no DIÁLOGO com GENEROSIDADE dos postulantes aos cargos de direção do IAB e dos conselheiros do COSU.
UNIDADE
Para atingir seus objetivos o IAB tem de apresentar-se hígido em seus princípios, coerente em suas ações e conseqüente em suas estratégias. Será assim se souber superar suas diferenças internas através do diálogo.
O embate democrático é um fator de força em nossa entidade. A livre discussão e a postulação de idéias permitem o avanço e o entendimento, desde que seja realizada em espírito franco e leal. O enfrentamento democrático não deve jamais aprofundar diferenças superficiais e inconseqüentes, mas deve ser um meio de estabelecimento de um rumo coletivo. Os desafios que temos pela frente não permitem que disputas menores imobilizem o IAB e sua liderança à frente das lutas dos arquitetos brasileiros. O verdadeiro ambiente democrático baseia-se no respeito e na ética, não abre espaço para desavenças pessoais ou vaidades. O diálogo e o pensamento superior nos guiarão em direção ao entendimento, não apenas entre os postulantes, mas esperamos de parte de todos nós.
O entendimento que esperamos se consolidará na UNIDADE em torno de um PROJETO para o IAB que deve estar acima dos anseios individuais. Estamos seguros que representamos o pensamento e o legado de nossos mestres Graeff, Fayet, Albano, Demétrio e Enilda, e em nome deles também buscamos estes objetivos.
O Departamento do Rio Grande do Sul nunca se furtou nem se furtará de participação e colaboração com objetivos coerentes e conseqüentes para nossa entidade. Os perseguiremos com prazer e com os pés no chão, a cabeça erguida e os olhos no horizonte, que é onde reside a UTOPIA que nos move.
Desejamos, finalmente, convidar os colegas e departamentos que corroboram com nossa proposta para que nos ajudem nesta tarefa.
Sucesso e muita felicidade a todos os colegas do COSU.
Viva o IAB!!!
Instituto de Arquitetos do Brasil – Departamento Rio Grande do Sul
Carlos Alberto Sant'Ana – Presidente
Cláudio Fischer,
Cesar Dorfman,
Clovis Ilgenfritz da Silva,
Tiago Holzmann da Silva,
José Carlos Pereira da Rosa,
Marcio Gomes Lontra,
Rafael Pavan dos Passos,
Hilton Fagundes
Conselheiros Superiores – COSU