“Queremos propor uma discussão apresentando mapas que são feitos como crítica a cartografia tradicional”, explicou Paul Schweizer. O projeto contínuo dos editores Kollektiv Orangotango destaca a compilação de mapas de resistência, cartografias críticas e coletivas de todo o mundo. No evento, os participantes puderam conferir a exposição de mapas evidenciando lutas políticas, ciência crítica, arte e pedagogia popular, e ainda participaram de uma oficina contribuindo com suas experiências de lutas e atuações para criação do mapeamento “Porto Alegre Insurgente”.
Para Igor Vecchia, representante do Coletivo Ambiente Crítico, os mapas carregam um tensionamento de buscar uma representação mais autêntica de sujeitos excluídos por uma cartografia tradicional. “Os indígenas, por exemplo, têm uma representação cartográfica muito mais perto da realidade”, observou Vecchia. Para ele, na questão urbana, especificamente, a cartografia é muito importante para identificar lugares de remoções, as intensidades, avanços de fronteiras especulativas, pressão de mata nativa, entre outras situações encontradas nas cidades. “Fazer esse movimento de cartografar a partir de grupos, usando essa lógica, é mais uma ferramenta de resistência e fortalecimento de redes”, destacou Igor Vecchia.
O Livro “Isso não é um Atlas” foi lançado na Europa em outubro de 2018 e pode ser conferido em partes no site www.notatlas.org que traz diversas publicações de mapas críticos e militantes, dando visibilidade para essas realidades que não são retratadas. “Queremos desenvolver mais métodos e ter um material mais prático das cidades e do campo”, finalizou o alemão Paul Schweizer.