A necessidade de registrar a história de um dos produtos que foi determinante para o desenvolvimento econômico da região da Serra Gaúcha, fez surgir a idéia de um Museu do Vinho. Este está situado na cidade de Bento Gonçalves, capital nacional da uva e do vinho, dentro do Parque de Eventos Municipal, onde são realizadas várias feiras, entre elas a Fenavinho. O edifício arrimo, em forma de um paralelepípedo com 3 pavimentos, se encaixa num terreno com mais de 12m de desnível. A planta é dividida em 3 faixas, uma junto à encosta que abriga funções que não necessitam de luz, a central de circulação, e outra faixa que abriga funções que possam estar voltadas para a paisagem. Existe uma cabeça diferenciada constituída por uma grande escada externa, escavada no volume básico, que tem a função de conectar os níveis e também é utilizada como anfiteatro aberto. Embaixo desta estrutura está colocado um auditório e pequenas salas para palestras. O acesso principal ao Museu se dá pelo nível superior, o visitante percorre um caminho descendente pela grande escada longitudinal, ladeada por galerias e servida por outros espaços como restaurante, biblioteca e loja. Ao final deste percurso o visitante é conduzido ao espaço externo que complementa a visita, com estares e parreirais de diferentes espécies de uvas, entre outros. Para ressaltar a regionalidade do projeto um dos materiais mais empregados na edificação foi o basalto, pedra abundante na região e tradicional por ter sido bastante utilizada pelos imigrantes italianos na construção de suas casas.
Artigo: “A Cidade Zumbi: especulação e corrupção contra o espaço público e a moradia”
O texto foi escrito pelo arquiteto e urbanista Tiago Holzmann da Silva e publicado no jornal Matinal, no dia 10 de janeiro de 2025.