Em sua mais recente obra com 386 páginas da Edigal Editora, ele debruçou-se sobre a história dos povos nativos, especialmente os das Américas, suas relações com os colonizadores e as suas manifestações culturais, que foram tão atropeladas quanto as suas próprias vidas.
Se tivermos claro que desde a chegada os conquistadores vieram para impor seus valores e interesses, fica fácil entender que o que havia de comportamento, antes da presença deles, pouco importava. Apenas como exemplo: se andar nu constituía “pecado mortal”, o que seria melhor? Matar os indígenas pecadores ou metê-los em roupas à força? Dúvida cruel! Se é relativamente recente a compreensão pelos “civilizados” de que os povos primitivos têm algo a nos ensinar, principalmente na sua relação com a natureza, talvez isso explique também o longo e permanente desinteresse sobre como se abrigavam e como viviam desde os tempos mais remotos.
É natural, ainda, que estudos antropológicos e arqueológicos desenvolvidos sobre vestígios de civilizações que usavam materiais pouco degradáveis sejam menos difíceis do que aqueles em que dispomos de quase nada para analisar. As dezenas de ilustrações, feitas a bico de pena pelo autor, são outro ponto valioso do trabalho, assim como um glossário de quase 150 termos indígenas utilizados na arquitetura do Brasil. Os desenhos comparativos são didáticos e nos permitem entender visualmente as informações que vão sendo agregadas.
Formou-se em Arquitetura em 1963 pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), continuando seus estudos na Alemanha, onde se especializou em 1967 em Desenho Industrial pela Hochschule für Gestaltung. Obteve grau de mestre em História da Cultura em 1981 pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) e de doutor em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de São Paulo (USP) em 1990.
É professor da UFRGS e da PUCRS, já deu aulas na UNISINOS, UFPR, UFSC e UnB. Já escreveu inúmeros artigos para publicações especializadas; produziu capítulos ou seções para obras coletivas; apresentou dezenas de trabalhos completos em seminários e congressos; mantém ativa prática da arquitetura e do urbanismo, interessando-se também por aspectos históricos e patrimoniais da arquitetura; e foi autor ou organizador de mais de quarenta livros.
Suas principais obras:
A Arquitetura da Imigração Alemã – Um Estudo sobre a Adaptação da Arquitetura Centro-Europeia ao Meio Rural do Rio Grande do Sul, 1983.
A Arquitetura Modernista em Porto Alegre, entre 1930 e 1945, 1998.
Síntese Rio-Grandense: A Arquitetura, 1999.
Origem e Evolução das cidades rio-grandenses, 2004.
Arquitetura Erudita da Imigração Alemã no Rio Grande do Sul, 2004.
Arquitetos e Construtores no Rio Grande do Sul – 1892/1945, 2004.
Arquitetura Popular da Imigração Alemã, 2005.
Arquitetura Popular Brasileira, 2005.