O oceanólogo Lauro Barcellos, premiado na categoria pessoa física, recebeu o prêmio das mãos do arquiteto Danilo Landó, vice-presidente da Confederação Panamericana de Arquitetos, e a Associação de Amigos do Centro Municipal de Cultura, na categoria entidades, firmas ou instituições. A associação foi representada pela sua presidente, Márcia Granada, à qual foi entregue o prêmio pelo secretário municipal de Educação, Claudio Omar Nunes.
O evento anual está em sua 6° edição. Conforme os organizadores, Lauro Barcellos foi contemplado “por ter restaurado a antiga Casa da Pólvora, atual sede do Eco-Museu da Ilha da Pólvora; pela revitalização do armazém nº 4 do Porto Velho, onde instalou o Museu Náutico; por manter em ótimas condições o prédio de estilo modernista do Museu Oceanográfico e ter reconfigurado, ampliado e restaurado o antigo Entreposto de Pesca, criando nele o Centro de Convívio dos Meninos do Mar (CCMar), entre outros muitos empreendimentos em benefício da autoestima da comunidade rio-grandina”.
A escolha da Associação de Amigos do Centro Municipal de Cultura se deve a seu histórico de ações em benefício da memória do Rio Grande, como por exemplo, a elaboração de peças como aventais e sacolas de algodão com estampas de imagens de prédios que ajudam a contar a trajetória da cidade. “Porém, a razão maior foi a sua corajosa decisão de aceitar o grande desafio de ser a entidade proponente do restauro do Paço Municipal, que sofreu um grande incêndio em abril de 2006, e cujo orçamento é de R$ 3,5 milhões”, observa o arquiteto Oscar Décio Carneiro, do Núcleo Cidade do Rio Grande do IAB.
Nesta edição do Prêmio Memória da Arquitetura, também foram destacados seis prédios, escolhidos pelos membros do Núcleo. E, durante a solenidade na Igreja da Conceição, estas casas foram mostradas em um vídeo feito pela arquiteta Vivian Silva Paulitsch e seus alunos estagiários da Furg. Na ocasião, cada um dos responsáveis pelos prédios em destaque recebeu uma xilogravura artística criada pelo professor e artista plástico Marcelo Calheiros, retratando a Igreja de Nossa Senhora da Conceição.
Prédios destaques 2010
Sobrado de raízes Românicas, que evoca os típicos sobrados de chácara da Toscana. Projeto de Alberto Rheingantz, construído em 1918, e adquirido pelos Bianchini em 1964, quando foi restaurado e ampliado.
Localização: avenida Rio Grande, 186 – balneário Cassino.
Responsável: Francisco Bianchini
Chalé dos Lawson. Primeiro prédio de alvenaria do Cassino, erigido de 1892 a 1895 por Edward George Lawson, inspirado na casa rural popular do Brasil com telhas portuguesas e varanda sustentada por colunas de ferro fundido vindas da Inglaterra.
Localização: avenida Rio Grande, 404 – balneário Cassino.
Responsável: Vera Lawson Domingues
Residência de arquitetura eclética, bem adaptada para a função de prédio comercial, tendo recebido modernos quebra-sóis e placa publicitária harmonizados com os elementos construtivos originais, que foram mantidos.
Localização: rua Luiz Loréa, 369, centro
Responsável: Cristine Bello
Casa de feição neocolonial inspirada nas casas coloniais espanholas ou californianas, sempre caiadas de branco, alpendre de entrada com arco e telhado com beirais.
Localização: avenida Major Carlos Pinto, 467, centro
Responsável: arquiteto Fábio Gomes
Residência de arquitetura eclética, típica do fim do século 19, restaurada com muito esmero, preservando as características de 1889, ano da sua construção.
Localização: rua General Vitorino, 495, centro
Responsável: Maria Ercília Coutinho
Casa de terreno estreito com fachada graciosa, porta e janelas com bandeiras, e a parte alta das paredes com reboco imitando pedras, tendo as juntas rebaixadas, ostentando ornamentos em argamassa pintados de branco.
Localização: 24 de Maio, 404, centro
Responsável: Iusef Nader
Fonte: Jornal Agora e Núcleo Rio Grande IAB-RS