"Pude conviver por mais de um ano com Milton Mattos no CEC. Quase diariamente.Uma grande pessoa da Cultura. Levava a arquitetura consigo nas demais linguagens que desenvolveu, em especial o teatro", declara Rafael Passos, presidente do IAB RS.
O arquiteto Milton Mattos e a jornalista Ivette Brandalise participaram dos acontecimentos de agosto de 1961, como integrantes do Teatro de Equipe, que aderiu à legalidade — do qual ele foi um dos fundadores. Além de encenar espetáculos, o local era palco para laboratórios, debates, conferências, abrindo o leque para diversas manifestações. “Havia um movimento permanente de influência na vida da cidade”, dizem.
Vale lembrar ainda do Hino da Legalidade que foi composto pelo ator Peréio com letra de Lara de Lemos, ambos integrantes do Equipe. Pronto o Hino e submetido a Brizola, que pediu para mudar a palavra “gaúchos” por “brasileiros” e “legalidade” por “lealdade”, foi a vez de providenciar a gravação pela gravadora Copacabana. A capa tinha estampada a foto de Brizola. Clique Aqui para escutar o Hino.
Foto:Sul21
Mattos em matéria para o Sul21,recordou: “Em 24 horas nos mobilizamos. Já fazíamos um teatro engajado, com objetivo de que funcionasse também politicamente, não apenas como lazer. Queríamos, pretensiosamente, fazer algo que pudesse interferir no país”, analisa. “Por isso, quando Brizola levantou-se em defesa da Legalidade, interrompemos o espetáculo que fazíamos, a peça O Despacho, e instalamos o comitê”. Segundo Ivette, “foi automático” o engajamento.
O arquiteto Ivan Mizoguchi fez alguns recortes de imagens do livro "Trem de volta" (libretos 2003) de Mário de Almeida e Rafael Guimaraes, em homenagem ao amigo. Confira:
Confira ainda a participação de Milton Mattos no curta-metragem "Tomou Café e Esperou"
Tomou café e esperou (A cup of coffee and wait) from Emiliano Cunha on Vimeo.