Profissão: Arquiteto

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Profissão: Arquiteto

Evelise Jaime de Menezes*

Desde os tempos mais remotos, o homem procurava seu abrigo, fazia dele seu refúgio e, mesmo antes de existir o que hoje conhecemos como casa, o homem já tentava fazer, desse abrigo, um lugar confortável e também bonito.

Hoje, temos também esse conceito de casa. Fazemos dela o nosso “abrigo”, onde desejamos segurança, conforto térmico e visual, mas principalmente, fazemos da casa o nosso lar. Transformamos este lar em nosso “templo”, onde repousamos após o trabalho, convivemos com a nossa família e temos o prazer de receber nossos amigos.

Normalmente, a casa nos identifica como pessoas, pelo menos deveria. Ali, vamos “imprimindo” nossa história, nossa maneira de ser e de pensar. Colecionamos objetos que nos trazem lembranças, que nos agradam aos olhos, que nos fazem sentir plenamente confortáveis e, neste individual cenário, adotamos o nosso estilo de viver.

Quem em nossa casa entra, pode perceber nossas paixões, nossas preferências e, se for bem perspicaz, pode até saber quem realmente somos.

E quem seria o profissional capaz de traduzir em espaço todo esse mosaico de fatores?

O arquiteto, que, em sua formação, é capaz de “conceber” uma casa completamente, captando os anseios do morador, transformando os espaços em ambientes esteticamente equilibrados e coerentes, aproveitando, da melhor maneira os recursos financeiros disponíveis.

Assim, contrariando a ideia de que o arquiteto é um “profissional de elite”, é correto afirmar que, por suas atribuições técnicas e profissionais, ele planeja e executa uma obra com a otimização dos recursos de maneira mais racional e, na maioria das vezes, mais econômica.

Em quantas situações convivemos com espaços mal resolvidos, que atrapalham a nossa rotina e causam desagrados no nosso dia a dia?

Quantas vezes nos deparamos com aqueles “cantinhos”, aparentemente inúteis, que teriam uma solução ” mágica” nas mãos de um arquiteto?

Ele tem a capacidade de resolver os problemas mais complicados, porque esta é a rotina da sua profissão, esta é a sua especialidade, podemos assim dizer.

O arquiteto utiliza em seus projetos elementos da natureza como o sol, o vento e o clima, tirando partido da melhor insolação, da ventilação mais adequada, posicionando corretamente a construção no terreno e adotando materiais condizentes com essas condições.

A arquitetura, em toda a sua história, passou por diversas fases e cada uma delas traduzia o momento sociopolítico e econômico em que se vivia.

Hoje estamos no momento da sustentabilidade, do reaproveitamento de energia, do uso racional dos recursos naturais e da reciclagem dos materiais, de que tanto ouvimos falar na mídia.

A tecnologia da construção avança rapidamente, para atender ao que o mercado hoje solicita: novos materiais e sistemas construtivos que minimizem o impacto a as agressões ao Planeta em que vivemos. Como até agora não havia essa preocupação com o meio ambiente, chegamos a este ponto crucial, onde, não havendo o devido cuidado com nossos recursos naturais, vamos acabar por extingui-los totalmente.

Atualmente, o arquiteto tem muitas opções para adotar materiais de construção e de acabamento que estejam de acordo com a expectativa financeira do seu cliente, além de politicamente corretos e tecnicamente sustentáveis.

Planejar corretamente é a palavra de ordem. No momento em que se planejam competente e racionalmente as áreas a serem construídas, minimiza-se a quantidade de material, de horas de mão de obra, reduz-se o cronograma e, consequentemente, o custo final da obra diminui.

Outra atribuição muito importante do arquiteto é o projeto urbano. Esse profissional tem papel fundamental no planejamento e desenvolvimento de uma cidade. Toda prefeitura deve (ou pelo menos deveria) ter, em sua equipe ligada ao planejamento e execução de suas obras, arquitetos urbanistas.

Como em projeto em grande escala, na cidade, aplicam-se os conhecimentos urbanísticos de zoneamento de usos, mobilidade urbana, paisagismo, obras de infraestrutura, etc. que são orientados através de um Plano Diretor, o qual estabelece as regras de seu desenvolvimento.

Além disso, o arquiteto tem como conduta, preservar os exemplares edificados que fazem parte da história da cidade, com o objetivo de manter viva a memória de seus habitantes. Uma cidade que não conserva seus bens culturais perde o referencial de existência, deixa no caminho a sua história.

Precisamos, portanto, desvincular-nos do conceito de que o arquiteto é um profissional de luxo. Ao contrário, perante tudo o que acabamos de referir, vimos que o arquiteto é um profissional polivalente, que otimiza espaços e que tem uma visão global da obra. Traz também, em sua bagagem, ideias criativas e soluções técnicas, planejando com propriedade tanto os pequenos projetos como nas grandes obras.

*Arquiteta – Instituto dos Arquitetos do Brasil – IAB Núcleo Rio Grande

IAB - RS

Por: Diretoria Instituto de Arquitetos do Brasil - IAB

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