Durante o seminário Erminia Maricato citou que o país atravessa uma mudança muito grande e pontuou as diferenças sociais vivenciadas pelos brasileiros. “Manter a população ilegal é a melhor forma de mantê-la subordinada. Não existe direito, você deve favor”, disparou. Segundo ela, a situação piorou muito após o último surto imobiliário, de 2009 a 2014. “Foi uma verdadeira tomada de assalto das cidades pelo capital imobiliário, pelas magaobras, o que resultou em uma piora na mobilidade. É momento de repensar o que aconteceu, o que sobrou de bom de um ciclo virtuoso, o que houve para que perdêssemos a hegemonia de pensar as cidades e o que podemos fazer para frente”. Citou as diferenças sociais vividas hoje nas cidades, onde a população negra segue nas periferias. “Precisamos superar o analfabetismo urbanístico e recuperar o poder que já tivemos nas cidades”, salientou.
Além de Porto Alegre, o movimento Brasil Cidades atua em outros quatro núcleos (Curitiba, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo). O grupo tem manifesto publicado na internet (https://www.brcidades.org/) onde expõe um projeto de construção social para as cidades brasileiras A mobilização será alvo de encontro agendado para 22 de maio de 2018, onde pretende reunir entidades e lideranças para alinhar e sistematizar o trabalho a ser feito.
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