O Projeto Vila Flores vem acontecendo ao longo de 6 anos e por muitas mãos, devendo ser descrito com uma lógica que o inscreve no tempo e guia seu partido arquitetônico, pela perspectiva da vida que hoje nele pulsa.
Datado de 1928, localizado na antiga região industrial na várzea do Rio Guaíba, Porto Alegre, o conjunto de edificações não apenas permitiu como inspirou o Vila Flores. A semente de um espaço compartilhado, adequado ao desenvolvimento de atividades colaborativas, já estava no projeto original de Joseph Lutzenberger, pela diversificação dos tamanhos das unidades destinadas ao uso misto e pela concepção dos espaços de uso comum.
O Conjunto VF é formado por dois prédios de três pavimentos e um galpão de alvenaria, possuindo um pátio interno. As edificações são parte do Inventa´rio do Patrimônio Cultural de Bens Imóveis do Bairro Floresta, inseridas em área de interesse cultural da cidade.
"Ocupar, trabalhar, viver e conviver são as bases para o processo de readequação do conjunto arquitetônico, que está listado como interesse cultural para o patrimônio da cidade. O projeto vem sendo desenhado de maneira processual e colaborativa, desde 2011, quando o conjunto arquitetônico foi aberto para a comunidade com a intenção de tornar-se um centro de cultura, educação e economia criativa, de ouvidos abertos para a construção de uma ideia coletiva", informou João Felipe Wallig, gestor de obras do VF.
Devido a essa vitalidade e efervescência criativa o projeto Vila Flores é o representante gaúcho na 15ª Bienal Internacional de Arquitetura de Veneza, compondo o pavilhão brasileiro, que tem como destaque a mostra Juntos, com curadoria do arquiteto e urbanista Washington Fajardo, que selecionou 15 projetos como representantes do país.
A edição de 2016 da Bienal tem como tema Reporting From the Front – liderada pelo arquiteto chileno Alejandro Aravena (vencedor do prêmio Pritzker 2016) com a proposta provocativa de convocar o mercado para ações mais criativas, sugerindo projetos mais humanos e que destaquem questões como moradia, mobilidade e sustentabilidade.
O Vila Flores possui uma associação responsável pela gestão cultural – Associação Cultural Vila Flores – ACVF (Administração: João Wallig Neto, Samantha Fuchs Wallig, Ana Marisa Skavinsky; zeladoria e manutenção: Amável Amaral; gestão de obras: João Felipe Wallig, Pablo Urquiza; gestão cultural: Antonia Wallig, Aline Bueno; colaboradores curatoriais: Joel Grigolo, Marcelo Monteiro, Marcia Braga, Mario de Ballenti, Marcio Machado, Vanessa Berg, Fabio Schmidt).
Confira os grupos que formam o Coletivo Vila Flores:
arquitetura e urbanismo: AC Arquitetura / Goma Oficina / Panitz Bicca / Geração Urbana
artes visuais e audiovisuais: Coletivo Ameixa / Estúdio Hybrido / Ateliê de Cerâmica / Ateliê do Pátio
design: Surto Criativo / S.A. Design
moda: Estúdio Hybrido / Humanus
música: Armazém Sonoro
teatro: Caixa do Elefante Teatro de Bonecos
gastronomia: Café Minéraux / Bici Café
cultura digital: Matehackers Hackerspace
educação e formação: Escola Conexo / ONG Mulher em construção
empreendedorismo social: 1% / Colibrii
produção cultural: Joner Criações e Reflexões