Da esquerda para a direita: Claudia Pires, o mediador Pedro da Luz, Pablo Benetti e Elizabeth França
A primeira mesa redonda do evento, sobre moradia brasileira, foi mediada pelo arquiteto Pedro da Luz Moreira contou com a apresentação do arquiteto carioca Pablo Benetti, que trouxe cinco pontos de trabalho fundamentais quando o assunto é habitação: localização, implantação, qualidade, flexibilidade e sistema construtivo. Como exemplo de habitação popular moderna, Bernardi analisou Conjunto Habitacional Pedregulho (RJ) de Affonso Eduardo Reidy, que tem como característica unidades duplex e pequenas. Fez a crítica de algumas obras de interesse social do tempo do BNH (anos 70), como a Vila Kennedy (RJ) o conjunto Lagos y Rueda (anos 70 e 80), como exemplos de espaços não incorporados à cidade, além do conjunto Dom Pedro (RJ), que para Benetti é um espaço mal planejado. Para ele, todos esses são unidades que pecaram na qualidade das edificações de linha modernista. Com relação aos programas atuais “está havendo uma construção social de habitação totalmente errada” disse o arquiteto, criticando a localização dos empreendimentos do programa Minha Casa e Minha Vida no RJ, que para ele, tem altos custos de financiamentos, funcionalmente mal resolvidos, descontinuidade do tecido urbano, sem conforto, além de ausência de equipamentos comerciais. A proposta de Benetti é que temos que rever principalmente a questão da localização na política habitacional, longe dos centros de trabalhos. “A política habitacional pode estimular isso, pensando o recorte urbano não somente a unidade habitacional. Assim podemos incorporar uma habitação que tenha mais vida útil”, refletiu.
“No Brasil a gente deve ter moradia de qualidade e não apenas de interesse social”, continuou a arquiteta Elizabeth França, de São Paulo. Ela trouxe exemplos de construções realizadas na capital paulista nos anos 60, das verticalizações em massa, e dos conjuntos BNH, que buscaram receitas de como tratar a questão da moradia nas cidades brasileiras. “A habitação não trata apenas de construção mas deve considerar quem vai morar lá”, disse França. Ela informou que hoje são 3 milhões de paulistanos morando com em assentamentos precários. Em 2005, surgiu o Plano Municipal de Habitação de SP, que fez um levantamento das famílias de baixa renda, constatando que a maioria delas recebia até três salários mínimos. Em 2010, a prefeitura começou a discutir com a sociedade e realizou o concurso Renova SP, onde foram selecionados e contratados 20 escritórios de arquitetura. França informou que o plano definiu prioridades, otimizou recursos, preparou equipes técnicas, buscou parcerias e preparou programas. “Em oito anos chegamos ao número de 360 mil famílias beneficiadas”, revelou. Um exemplo de trabalho foi a favela Heliópolis, com 70 mil habitantes, que ganhou um mosaico de intervenções atendendo à uma lista de necessidades da comunidade e um planejamento integrado com outros setores, principalmente o da saúde.
No encerramento da mesa redonda a arquitetura mineira Claudia Pires disse que temos no atual momento um cenário econômico favorável de uma construção de política habitacional diferente. “Eu acredito que esse seminário será importante para que a gente mude o posicionamento do arquiteto brasileiro frente à habitação e à cidade”, afirmou. Para Pires, em termos de perspectivas o país está no melhor momento de produção e tem a oportunidade de qualificar o resultado. “Enfrentamos problemas, mas temos muitos investimentos e políticas públicas implementadas”, para ela, ao mesmo tempo em que o mercado está aquecido na área da habitação, predomina a autoconstrução e certo descompromisso das autoridades na hora de resolver o problema habitacional com qualidade.
Pablo Benetti
Arquiteto formado na Argentina em 1973, mestrado em Planejamento Urbano pela UFRJ, e doutorado pela USP. Atuação na área do projeto e premiado em vários concursos entre estes o “Rio Cidade I” e o “Favela –Bairro”. Ex Diretor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UFRJ e Presidente do Comitê Técnico do Plano Diretor da Universidade.
Elizabeth França
Arquiteta e Urbanista pela UFPR em 1980, mestre e doutora pela Mackenzie. Ampla atuação na administração pública na área da habitação e do desenvolvimento urbano. Atual Secretaria Municipal de Habitação da cidade de São Paulo, responsável pelo maior programa de urbanização de favelas da América Latina em andamento na cidade se São Paulo.
Claudia Pires
Arquiteta e urbanista. Especialista em Urbanismo e em Planejamento. Mestre em Planejamento Urbano e Regional e doutoranda na USP. Atuação na área de projetos, administração pública e conselhos representativos. Conselheira Federal MG do CAU BR. Ex presidente do IAB MG. Atual Secretária de Habitação e Desenvolvimento Urbano do município de Nova Lima, MG.
“No Brasil a gente deve ter moradia de qualidade e não apenas de interesse social”, continuou a arquiteta Elizabeth França, de São Paulo. Ela trouxe exemplos de construções realizadas na capital paulista nos anos 60, das verticalizações em massa, e dos conjuntos BNH, que buscaram receitas de como tratar a questão da moradia nas cidades brasileiras. “A habitação não trata apenas de construção mas deve considerar quem vai morar lá”, disse França. Ela informou que hoje são 3 milhões de paulistanos morando com em assentamentos precários. Em 2005, surgiu o Plano Municipal de Habitação de SP, que fez um levantamento das famílias de baixa renda, constatando que a maioria delas recebia até três salários mínimos. Em 2010, a prefeitura começou a discutir com a sociedade e realizou o concurso Renova SP, onde foram selecionados e contratados 20 escritórios de arquitetura. França informou que o plano definiu prioridades, otimizou recursos, preparou equipes técnicas, buscou parcerias e preparou programas. “Em oito anos chegamos ao número de 360 mil famílias beneficiadas”, revelou. Um exemplo de trabalho foi a favela Heliópolis, com 70 mil habitantes, que ganhou um mosaico de intervenções atendendo à uma lista de necessidades da comunidade e um planejamento integrado com outros setores, principalmente o da saúde.
No encerramento da mesa redonda a arquitetura mineira Claudia Pires disse que temos no atual momento um cenário econômico favorável de uma construção de política habitacional diferente. “Eu acredito que esse seminário será importante para que a gente mude o posicionamento do arquiteto brasileiro frente à habitação e à cidade”, afirmou. Para Pires, em termos de perspectivas o país está no melhor momento de produção e tem a oportunidade de qualificar o resultado. “Enfrentamos problemas, mas temos muitos investimentos e políticas públicas implementadas”, para ela, ao mesmo tempo em que o mercado está aquecido na área da habitação, predomina a autoconstrução e certo descompromisso das autoridades na hora de resolver o problema habitacional com qualidade.
Pablo Benetti
Arquiteto formado na Argentina em 1973, mestrado em Planejamento Urbano pela UFRJ, e doutorado pela USP. Atuação na área do projeto e premiado em vários concursos entre estes o “Rio Cidade I” e o “Favela –Bairro”. Ex Diretor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UFRJ e Presidente do Comitê Técnico do Plano Diretor da Universidade.
Elizabeth França
Arquiteta e Urbanista pela UFPR em 1980, mestre e doutora pela Mackenzie. Ampla atuação na administração pública na área da habitação e do desenvolvimento urbano. Atual Secretaria Municipal de Habitação da cidade de São Paulo, responsável pelo maior programa de urbanização de favelas da América Latina em andamento na cidade se São Paulo.
Claudia Pires
Arquiteta e urbanista. Especialista em Urbanismo e em Planejamento. Mestre em Planejamento Urbano e Regional e doutoranda na USP. Atuação na área de projetos, administração pública e conselhos representativos. Conselheira Federal MG do CAU BR. Ex presidente do IAB MG. Atual Secretária de Habitação e Desenvolvimento Urbano do município de Nova Lima, MG.
Clique nos nomes e confira as apresentações exibidas no Seminário:
Apresentação de Pablo Benetti
Apresentação de Elizabeth França
Apresentação de Claudia Pires
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