Uma aula sobre a história do centro de Porto Alegre e sobre os 100 anos do Plano de Melhoramentos da capital gaúcha. Assim foi a palestra no IAB realizada no dia 13 de agosto, com a arquiteta e urbanista Célia Ferraz, professora da UFRGS.
Célia destacou a influência da política do positivismo, responsável pelo surgimento do Plano de Melhoramentos como instrumento do processo de planejamento. “Tivemos a valorização do saber técnico que estava explícito pela articulação dos engenheiros da comissão do Plano. As bases teóricas estavam calçadas no urbanismo haussmaniano, pós-haussmaniano, e também pelas ideias de Camillo Sitte e Saturnino de Brito, basicamente”, explicou.
A arquiteta explicou que quando Júlio de Castilhos assumiu o governo do Estado (1891), com uma política orientada pelo positivismo, foi dada ênfase à modernização da cidade, que passou a ser vista como cartão de visitas do Rio Grande do Sul. “Nessa onda de melhorias da infraestrutura urbana, o centro recebeu muitos incentivos, ao mesmo tempo em que se desencadeava um intenso programa de obras para construção de prédios públicos imponentes”, disse.
Célia destacou a influência da política do positivismo, responsável pelo surgimento do Plano de Melhoramentos como instrumento do processo de planejamento. “Tivemos a valorização do saber técnico que estava explícito pela articulação dos engenheiros da comissão do Plano. As bases teóricas estavam calçadas no urbanismo haussmaniano, pós-haussmaniano, e também pelas ideias de Camillo Sitte e Saturnino de Brito, basicamente”, explicou.
A arquiteta explicou que quando Júlio de Castilhos assumiu o governo do Estado (1891), com uma política orientada pelo positivismo, foi dada ênfase à modernização da cidade, que passou a ser vista como cartão de visitas do Rio Grande do Sul. “Nessa onda de melhorias da infraestrutura urbana, o centro recebeu muitos incentivos, ao mesmo tempo em que se desencadeava um intenso programa de obras para construção de prédios públicos imponentes”, disse.
Ela explicou ainda que essa aceleração do crescimento, que durou até meados da década de 1930, renovou a paisagem urbana. Neste período, ergueram-se alguns dos mais significativos prédios públicos da capital, muitos carregados de simbolismos éticos, sociais e políticos, detalhes estes que se revelavam na decoração alegórica das fachadas. Célia citou como exemplo dessa arquitetura o Palácio Piratini, o Paço Municipal (Prefeitura), a Biblioteca Pública, o Banco da Província, os Correios e Telégrafos e a Delegacia Fiscal, sendo que muitos desses prédios foram construídos por arquitetos e engenheiros de origem alemã.
Célia Ferraz também mostrou imagens da abertura da Avenida Borges de Medeiros, que para ela, foi a primeira ruptura na cidade. Ela também falou sobre a desapropriação para a construção do viaduto da Borges, da avenida Salgado Filho, e de outra grande mudança que foi a rua Otávio Rocha, onde se abriu o quarteirão.
“No local da avenida André da Rocha, na primeira proposta iria passar a primeira perimetral. A avenida Perimetral, foi uma grande obra em função do riacho e do aterro. Já a rua Vasco da Gama foi indicação do engenheiros João Pereira Maciel (organizador do Plano Geral de Melhoramentos), que também fez o projeto do Parque da Redenção”, complementou.
“No local da avenida André da Rocha, na primeira proposta iria passar a primeira perimetral. A avenida Perimetral, foi uma grande obra em função do riacho e do aterro. Já a rua Vasco da Gama foi indicação do engenheiros João Pereira Maciel (organizador do Plano Geral de Melhoramentos), que também fez o projeto do Parque da Redenção”, complementou.
Sobre a Orla, Célia Ferraz acredita que a proposta de cidade aberta foi extraordinária para a época. “A proposta da Orla foi muito parecida com as ideias de Saturnino nas Orlas de Santos”, observou.Mas como era cidade antes do Plano? Célia comentou que Porto alegre não tinha o mesmo desenvolvimento urbano de Montevideo e Buenos aires. “Em 1893, um repórter americano ficou chocado com a capital gaúcha, dizendo que não tínhamos um avanço urbano como Buenos Aires e Montevideo. Esse era quadro antes do Plano do arquiteto Pereira Passos. Se bem que Porto Alegre tinha um padrão de cidade bem mais avançada em certas coisas”, destacou. Ela acrescentou que no final do Império vieram técnicos que fizeram o Mercado Público e o estudo do Porto. “A organização do Plano é que conjugou tudo mais adiante. A ideia da modernização do Porto deu uma sugestão de melhoramentos dentro da cidade. E assim, em 1916, começou a aparecer plantas e a cidade começou a se entender. Já tínhamos áreas aterradas. O próprio mercado público já era um aterro”, contou.
Para a arquiteto André Huyer, mediador do evento, o Plano de Melhoramentos está em andamento até hoje e Porto Alegre foi incorporando isso ao longo do tempo. “Foi um Plano muito bom para o espaço público”, opinou a arquiteta Maria Tereza Albano.
Roberto Py, presidente do CAU RS, disse que comentar a história recente não é fácil. “Tenho uma convicção que fui egresso da antiga comissão de urbanismo. Com a transformação do Plano Diretor de Porto Alegre (PDPA) tenho a sensação que não conseguiram lidar com um plano econômico e ambiental ao mesmo tempo. Existe um decréscimo da participação da Prefeitura de Porto Alegre (PMPA) no crescimento da cidade. A PMPA perdeu o controle, e se tornou um órgão burocrático. O projeto era excelente, mas a administração municipal não conseguiu manejar. Estamos mal encaminhados hoje”, alertou Roberto Py.