Sergio Silva, presidente da AVTSM, agradeceu a parceria da Prefeitura de Santa Maria pela luta constante em prol do Memorial, sempre com respeito aos familiares. “A sociedade que vive sem memória não tem como evoluir. Tivemos erros e eles não podem ocorrer mais. O objetivo deste Memorial é contar essa história”, destacou Sérgio.
O presidente do IAB RS, Rafael Passos, disse que o ato de assinatura do contrato representa a passagem para o protagonismo do arquiteto vencedor. Sobre as próximas etapas do Memorial, Passos informou que haverá um acordo de cooperação entre o IAB RS e a AVTSM durante a execução do projeto. “A partir de agora temos que pensar também na questão do judiciário, que não está só tardando a justiça que todos esperamos, mas também a memória e o respeito aos familiares. A celeridade do judiciário passa a ser parceira da memória”, discursou o presidente do IAB RS.
O prefeito Jorge Pozzobom, lembrou que quando ocorreu a desapropriação ouve muita negociação para chegar aos valores viáveis. Ele se comprometeu a continuar ajudando a AVTSM com o judiciário, que impede a demolição do prédio da Boate Kiss. “Assim que for distribuído ao relator, vamos procurar mostrar a importância da celeridade neste processo”, disse Pozzobom.
O arquiteto Felipe Zene Motta agradeceu a confiança dos familiares e destacou sua responsabilidade no projeto que tem um significado tão grande para a comunidade. “O que os pais sentem é algo que eu nunca vou poder sentir, cabe a mim trazer essa memória para o projeto do memorial”, emocionou-se. Antes do evento, Felipe fez uma visita ao local da Boate acompanhando dos pais das AVTSM.
Na apresentação Felipe explicou um pouco sobre a fachada do edifício, que remete ao luto revelando um acesso único. “É uma narrativa do que aconteceu ali”, justificou o arquiteto. Ainda sobre o acesso à rua, Felipe informou que fará adaptações acrescentando novas saídas que sejam mais confortáveis para os usuários. “Neste caso, mesmo que a condições técnicas de segurança estejam garantidas, é preciso também zelar pelo conforto do visitante, por isso vejo a necessidade de adaptações nas saídas do edifício”, garantiu o arquiteto paulista.
No centro do terreno haverá um jardim com 242 pilares de madeira que sustentam uma cobertura que protegem as salas fechadas. O auditório terá espaço para 240 pessoas, uma sala com espaço expositivo para contar o aconteceu e no lado oposto uma sala de trabalho, além de zeladoria, depósitos e sanitários.
“O projeto tem a proteção para rua, mas em contraponto é um projeto que se abre para cima no centro. A cobertura tem a forma de um cone invertido que traz leveza ao Memorial. A ideia é fazer uma obra muito simples que não vai precisar ter grandes instalações, com acessibilidade universal em todos os espaços. De todos os ambientes será possível ver o jardim e ter luz natural. O paisagismo será exuberante com flores que irão revelar o bioma do pampa gaúcho”, detalhou o arquiteto.