Porto Alegre e o Rio Grande foram os pontos principais de convergência das ferrovias a serem implantadas no Estado, pois a cidade do Rio Grande possui o único porto marítimo do Estado, por onde eram importadas e exportadas as mercadorias. Inaugurada em 2 de dezembro de 1884, com 282,449992km, a estrada de ferro tinha 16 estações, sendo 4 dessas no município do Rio Grande: Estação Central, Estação Marítima, Estação da Vila da Quinta e Estação da Vila do Povo Novo. Na área também encontramos diversas residências utilizadas pelos funcionários, com padrões construtivos diferenciados, de acordo com a época da construção. Ao longo destes anos de existência, os prédios sofreram a deterioração natural, acréscimos que deturparam suas características originais como a retirada de elementos decorativos e a substituição da cobertura. Preservar a Estação Central e os demais prédios que compõem esse complexo é indispensável, urgindo a ação de protegê-los a fim de evitar que “o progresso” destrua o passado. Até 1996, a Estação Central, como é popularmente conhecido o Sítio Ferroviário, funcionava como central de controle de cargas, sendo entre elas a soja, o farelo, o arroz, os combustíveis, o álcool e os fertilizantes. Entretanto, o Consórcio Atlântico Sul, que assumiu o transporte ferroviário nos Estados da Região Sul, considerou o ramal que liga a Vila da Quinta à Estação Central, bem como os prédios que compõem esta malha, não operacionais, havendo sido deixados em completo abandono.
Desde 1997, o Executivo Municipal busca encampar o Sítio Ferroviário, além da malha ferroviária propriamente dita, tendo elaborado solicitação ao Ministério dos Transportes e, após autorização, implantou a Secretaria Municipal de Habitação e Desenvolvimento no prédio da Estação Central.
A partir dessa ocupação, o Sítio Ferroviário ganhou vida e em março de 1998 foi inaugurado o Centro Municipal de Eventos, em um dos depósitos da antiga Rede Ferroviária. Estando constantemente em obras, o Sítio Ferroviário possui um planejamento para ocupação dos depósitos e oficinas. O Centro Municipal de Eventos e a sede da Secretaria Municipal de Habitação, já instalados no complexo, são parte desse programa.
Foi também elaborado um projeto para a construção de um pórtico de entrada, pela Rua Dois de Novembro, numa área coberta de 159,88m2. Um Centro Turístico, com Centro de Artesanato, Museu Ferroviário, Teatro de Arena e bar, está programado para ocupar o pavilhão de oficinas e o almoxarifado. No pavilhão do depósito deverá funcionar a sede da Associação Brasileira de Preservação Ferroviária, além do Museu Ferroviário. Arq. Oscar Décio Carneiro
Diretor do Núcleo do IAB Cidade do Rio Grande
IAB RS integrou delegação brasileira presente no Fórum Urbano Mundial (WUF) no Egito
A co-presidente da entidade, Clarice de Oliveira, participou das atividades entre os dias 4 e 8 de novembro, na cidade do Cairo. O tema da edição foi “Tudo Começa em Casa: Ações Locais para Cidades e Comunidades Sustentáveis”.