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Cidade, Cultura e Cidadania na pauta no IAB RS

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O tema “Cidade, Cultura e Cidadania” foi pauta da Quarta do IAB realizada na noite do dia 06 de maio, no Ponto de Cultura Solar do IAB RS. O evento contou com a participação de Ivan Braz, representando o Movimento Social Negro do RS; Leandro Anton, representando o Ponto de Cultura Quilombo do Sopapo, e do arquiteto Rafael Passos, vice-presidente do IAB RS, como mediador.
Ivan Braz destacou que o Movimento Social Negro do RS sempre teve foco na luta contra as desigualdades e indiferenças.  “Aqui no Rio Grande do Sul temos uma postura mais forte, diferente de outras regiões do Brasil”, contou Braz, que também fez um resgate histórico do movimento negro de esquerda no RS. Ele relembrou os finais dos anos 80, época em que começaram a ter mais espaço para interagir na política em Porto Alegre, através do orçamento participativo. Braz também destacou a concretização do Museu do Percurso Negro do RS que possui obras instaladas no Centro Histórico de Porto Alegre.  Para ele, o Museu é de Porto Alegre e a cidade precisa se apropriar dele, saber do ineditismo, do conteúdo histórico que tem por trás destas obras. “Isso só vai enriquecer a cidade culturalmente”, disse. “A cidadania para nós do movimento é onde possamos interagir e reconhecer o trabalho de diversos públicos que construíram essa cidade de maneira igualitária”, afirmou.
Leandro Anton, represente do Ponto de Cultura Quilombo do Sopapo, relatou que sua entidade pensa a cultura como direito básico. “A cidadania só se alcança com a diversidade. Não há cidadania sem o conhecimento das trajetórias da cultura brasileira”, disse Anton. O Ponto de Cultura Quilombo de Sopapo trabalha com a juventude com foco na cultura digital e na linguagem artística, principalmente pela música e fotografia, que para Anton também têm o papel de agir como prevenção a violência. “Isso trouxe ao Quilombo um caráter de autonomia e liberdade, memória e território de resistência. Percebemos que existe falta de território para os jovens, por isso criamos ações com elo entre gerações”, explicou Anton. Para ele, hoje a cidade não está sendo construída de maneira solidária. “Esse elo de gerações, através da fotografia e percorrendo os territórios, gera um registro dos jovens. Eles se enxergam como protagonistas do processo, pela história que eles estão narrando. É o percurso da cidade que eles não conheciam que foi negado a eles”, destacou.
O economista Jaime Rodrigues falou da valorização dos territórios. “Essa pauta é importante hoje em dia porque a economia a construção nunca foram tão forte”, avaliou. “Na época da escravidão, o que valia era a agricultura e a mão de obra. Nossa sociedade vive um momento de extrema mudança. No período da ditadura ocorreu o êxodo rural e as cidades não estavam preparadas para receber essas pessoas. Elas foram expulsas do campo, não tinham educação, terra e não tinham nada”, destacou Rodrigues.
O arquiteto Carlos Alberto Santana, ex-presidente do IAB RS, achou muito significativa a colocação dos dois movimentos representados na ocasião, que para ele, articulam ações com mobilizam a comunidade, mesmo após um período de negação. “Em Porto Alegre vemos a mercantilização dos territórios e a transformação da terra como objeto de especulação. Se quisermos fazer qualquer transformação precisamos fazer a manutenção das comunidades para que surjam consensos que permitam o avanço social”, opinou Santana.
O presidente do IAB RS, Tiago Holzmann da Silva, lembrou que nos anos 90 o metro quadrado passou a ter uma valor especulativo que não tinha antes, e foi descolado do valor de uso.  Ele enfatizou que existe uma grande área de imóveis desocupados em áreas nobres. “Essa especulação acelerou também o fenômeno da Gentrificação”, disse.  Tiago informou que o IAB RS tem avaliado sobre seu papel neste processo. “Temos muito movimentos se aproximando da entidade por terem essa relação com a cidade.  São movimentos com temas específicos, mas que possuem o mesmo problema”, acrescentou Tiago. O presidente do IAB RS ainda afirmou que a entidade quer ser um espaço de encontro para articular estes movimentos, para se construir identidades semelhantes, independentes dos episódios.  “Os movimentos tem temas isolados e não têm força. Queremos que o IAB seja uma casa para a cidade”, destacou.

Por: Diretoria Instituto de Arquitetos do Brasil - IAB

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