Participaram do evento online Marina Mergulhão, do Coletivo Massapé (Recife), Jéssica Neves, da Interventura Urbanismo Colaborativo (São Leopoldo), e Leonardo Brawl Márquez, do Coletivo TransLAB URB (Porto Alegre). Os três coletivos integram a Rede Brasileira de Urbanismo Colaborativo. A mediação foi Paula Motta, do coletivo Turba, e Natan Arend, do URBxCorona – primeira e terceiro vice-presidentes do IABRS.
Na apresentação do tema, Paula, lembrou que a ideia de colaboração remete à participação cidadã na tomada de decisões, preceito presente na Constituição Federal de 1988 e no Estatuto das Cidades. “Colaboração não é uma obrigação, é um direito, importante para as pessoas se sentirem pertencentes na busca pela formação das cidades democráticas”, explica.
Para Natan, o que melhor conceitua essa metodologia é a ideia de processo. “Urbanismo colaborativo é o processo de planejamento, o processo de gestão, o processo de ação. É a construção democrática da cidade que valoriza principalmente os saberes empíricos, a força de vontade da população, potencialidades locais e os talentos. Isso tudo construindo colaborativamente a cidade”, defende.
Brawl aponta como um dos principais desafios desse trabalho o fato de ser pouco conhecido da maioria das pessoas. “Tem muita gente, inclusive em cargos de governo, que não sabe que isso existe como objeto a ser contratado”, conta. Ele atribui a isso uma “barreira da novidade”: “parece que tem que ensinar que é importante pensar no que vem antes para lá no final garantir a execução”.
Para Jéssica, o esforço está em fazer com que as pessoas entendam que o urbanismo colaborativo é um trabalho, e não “brincar de fazer cidade”. “Ainda não existe entendimento do que é a metodologia colaborativa. Não é somente apresentar e fazer audiência para cumprir protocolo ou que seja consultiva. O que acontece nas audiências públicas muitas vezes é ineficaz”, sustenta.
Marina enfatiza uma ideia que, segundo ela, deve acompanhar o fazer urbanismo, de que o recurso financeiro já existe. “O poder público tem recurso que se usa para a gestão da cidade. Mas, como é distribuído? Historicamente, há um distanciamento da sociedade civil e do poder público”, entende. Ela completa que esse não é o único recurso necessário, é preciso também colocar a colaboração em todos os níveis de atuação na cidade como regra, e não exceção.
Estudantes e profissionais de todas as áreas podem participar de um projeto colaborativo que vai buscar soluções inovadoras para melhorar o abastecimento de água em comunidades carentes da Região Metropolitana de Porto Alegre. O projeto ConectaLAB é uma iniciativa do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB RS) em parceria com o coletivo TransLAB.URB, e conta com recursos do Ponto de Cultura Solar do IAB RS, projeto selecionado no edital do Governo do Estado do Rio Grande do Sul, por meio da Secretaria da Cultura em 2019.
SERVIÇO
O QUE: Projeto irá criar soluções inovadoras de acesso à água em comunidades da região metropolitana Porto Alegre
QUEM: Podem participar profissionais e estudantes de diversas áreas
QUANDO: Inscrições entre os dias 10 e 20 de julho de 2020
ONDE: Resultado do projeto será aplicado em comunidades carentes da Região Metropolitana de Porto Alegre.
INFORMAÇÕES: http://www.iabrs.org.br/projetos-culturais/conectalab