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Porto Alegre Pós-Metrópole

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Porto Alegre ingressa decidida em operações urbanas pós-modernas, nas quais privilegia-se o reaproveitamento do patrimônio construído, em substituição às infindáveis expansões periféricas, como pode se observar em seu bairro fabril mais antigo. Testemunha-se, lá, uma reversão ao crescimento urbano centrífugo tradicional. E se é incitado a emitir reflexões teóricas sobre o urbanismo atual, especialmente quanto ao conceito de lugar, básico para o projeto. Lugar, como ‘constructo’ da teoria arquitetônico-urbanística, envolve a idéia da criação de uma forma dotada de significado simbólico para seus usuários. Na área da psicologia ambiental, lugar é entendido como uma unidade experiencial na qual se configura o contexto físico e simbólico da ação humana. Em ambas áreas, lugar implica a noção de um espaço qualificado. Este texto traz considerações sobre pesquisas centradas na percepção de espaços da indústria manufatureira local que se destacam por sua qualificação de lugares. O locus é a região de Navegantes que, mesmo após intensa migração de indústrias para outras localizações metropolitanas, contém alguns dos melhores exemplares da arquitetura industrial. Pesquisas recentes (CNPq/UFRGS/U&A-Urbanismo & Ambiente) apontaram para a permanência da força imagética de elementos dessa paisagem fabril. Imagens icônicas do tempo do auge industrial, denotadoras do tipo de viver da era da industrialização da cidade, foram as mais percebidas pelos usuários. Em 1994, uma experiência de desenho urbano reciclou antigos prédios industriais e criou o “DC-Distrito Comercial Navegantes”, cuidando em manter a percepção imagética fabril predominante. Em 1995, pela concentração de certas especializações industriais, a região foi classificada com potencial para inclusão no “Projeto Tecnópole” e num não menos ambicioso “Projeto de Modernização Produtiva e Inovação Tecnológica” (1998), que pretende reciclar remanescentes da arquitetura industrial para alojar empresas de base tecnológica, prática crescente em bom número de metrópoles mundiais. Ambos os casos implicam em generosa redescoberta dos lugares da produção, desvelam boas perspectivas para a preservação do patrimônio arquitetônico do ambiente produtivo e trazem, além disso, oportunidades para os citadinos e para a cidade. Esta, crescerá apoiada por uma certa sustentabilidade ambiental, praticada com economicidade; e aqueles, receberão do velho patrimônio uma interessante mensagem explicativa sobre seu papel no desenvolvimento do ambiente onde hoje vivem. A preservação transcenderá à materialidade das construções e atingirá conotação subjetiva, marcada pela memória cultural de toda a paisagem humana em questão. Usar a migração da memória dos lugares da cidade de um período histórico (o da sua industrialização) para outro (o dos grandes centros de consumo) como pauta informacional de projetos urbanos (como no DC), fornece estratégias para uma redescoberta do patrimônio. Usar essa migração da memória de um tempo proto-industrial para introduzir no imaginário dos cidadãos o tempo de um futuro tecnopolitano, conformado por parques tecnológicos (como na idealização do Distrito Tecnológico), fornece possibilidades de justaposição e continuidade para os lugares urbanos redescobertos. Perpassa em ambos o interesse do ‘constructo’ de lugar na análise urbana e na projetação arquitetônico-urbanística pós-metropolitana. Lineu Castello

IAB - RS

Por: Diretoria Instituto de Arquitetos do Brasil - IAB

Outras Notícias

NOTA PÚBLICA

As entidades Associação dos Técnicos de Nível Superior de Porto Alegre (Astec), Instituto de Arquitetos do Brasil – Depto Rio Grande do Sul (IAB RS), Instituto Brasileiro de Direito Urbanístico (IBDU), ONG Acesso Cidadania e Direitos Humanos e Sociedade de Economia do Rio Grande do Sul (SOCECON) entraram com ação ordinária a fim de denunciar irregularidades identificadas no edital e processo eleitoral do Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano e Ambiental – Biênio 2024/2025. 

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Desafios do planejamento urbano e gestão em Porto Alegre foram temas de debate no IAB RS

A relação envolvendo o setor imobiliário e a administração pública na Capital, bem como os desdobramentos da revisão do Plano Diretor e as eleições para o Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano e Ambiental (CMDUA), foram alguns dos tópicos abordados no debate “Planejamento Urbano e Gestão: desafios atuais e perspectivas futuras para Porto Alegre”, que ocorreu no dia 28 de março na sede do IAB RS, em Porto Alegre.

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Arquiteta Enilda Ribeiro é homenageada em evento do IAB RS

Para comemorar os 76 anos do Instituto de Arquitetos do Brasil – Departamento Rio Grande do Sul (IAB RS), a entidade planejou uma série com três eventos especiais para debater a profissão, relembrar a história e preservar memórias. Na primeira atividade, a palestra “Acervos em arquitetura e urbanismo – homenagem a Enilda Ribeiro” promoveu o encontro entre o professor da FAUUSP e coordenador da biblioteca da FAUUSP, Eduardo Costa; o membro do conselho consultivo do Centro de Memória CAU/RS, José Daniel Simões; e a copresidente do IAB RS e responsável pelo projeto documental, Bruna Tavares. 

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IAB RS participa do painel RS Seguro COMunidade no South Summit

A copresidente Clarice Oliveira falou sobre a importância dos Concursos Públicos de Projeto e dos processos participativos que o IAB RS vem implantando junto ao governo do Estado. Durante sua fala, destacou que “o IAB RS desenvolve concursos de projeto urbanístico integrai que tem como um pilar muito importante a participação da comunidade no processo inicial de elaboração do programa de necessidades, que vai constituir as bases do concurso público de projetos”.

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Outras Notícias

Arquiteta Enilda Ribeiro é destaque na coluna Almanaque, da Zero Hora

Enilda foi uma das primeiras mulheres a ser diplomada no curso específico em Arquitetura no Rio Grande do Sul. Além e ter lutado pela criação do curso superior de graduação na URFGS, foi presidente do IAB/RS entre 1980 e 1981. “Eu gostaria muito de ter conversado, em algum momento, com ela sobre os desafios que foram enfrentados, tanto no IAB-RS quanto em nível nacional, onde ela articulou a construção de ideias e diretrizes para a formação de um conselho próprio de arquitetura e urbanismo”, declarou a co-presidente do IAB/RS, Bruna Tavares.

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Na mídia: “Depois de construído, é difícil reverter”: o que dizem especialistas sobre mudanças na fachada do Pontal Shopping

Especialistas em urbanismo avaliam que a readequação da fachada da loja Leroy Merlin, no Pontal Shopping, na zonal sul de Porto Alegre, traz pequenas melhorias no visual e no microclima, mas não resolve o problema de sua construção ter se tornado uma barreira à contemplação e à conexão da Avenida Padre Cacique com a orla do Guaíba. Em entrevista ao jornal Zero Hora, a co-presidente do IAB-RS, Clarice Oliveira, ressalta que “Uma parede verde de plantas naturais é positiva porque vai diminuir o calor naquele microclima, com menos concreto. Vai ficar mais agradável, mas continuará sendo um paredão sem interface com o outro lado. Não vai deixar de ser uma barreira”.

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NOTA PÚBLICA SOBRE OS PROCESSOS DE IMPUGNAÇÃO NAS ELEIÇÕS PARA O CMDUA.

O IAB-RS expressa preocupação em relação à ausência de registro dos pedidos de impugnação apresentados pelo instituto no âmbito do processo eleitoral das entidades de classe ligadas ao planejamento urbano no Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano e Ambiental (CMDUA). Conforme o cronograma estabelecido no edital 006/2023, utilizando os critérios estipulados no item 2.11 do referido edital, foi emitido um documento elencando 23 entidades que não demonstram caráter de atividades relacionadas ao planejamento urbano. Isso ocorreu após análise apropriada e indicação da regularidade dessas entidades para participação nas eleições do CMDUA.

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