Fomos, contudo, surpreendidos por uma enorme peça publicitária instalada na chaminé da Usina do Gasômetro, bem tombado em níveis municipal e estadual. Um dos principais, se não o maior símbolo de Porto Alegre deve ser tratado com o respeito que lhe cabe, que nos cabe!
A chaminé já foi utilizada para campanhas de interesse público de diversas ordens, o que difere do uso comercial. Tal uso do monumento pode infringir a lei municipal. Foi consultado o órgão competente em nível estadual (IPHAE)? Além disso, o espaço publicitário cedido não constava do edital, portanto pode ter ferido a isonomia da licitação. Caso o espaço tivesse sido oferecido no Edital quantas outras empresas poderiam ter demonstrado interesse ante privilegiado espaço?
A peça foge também às regras de veiculação previstas no Edital, ao não fazer qualquer alusão à Festa, o que a torna um mero e gigantesco outdoor que circulará pelas redes sociais dos milhares de frequentadores da Festa de Ano Novo. Quanto custaria este espaço? Está compatível com o investimento feito pela empresa?
Empresa, aliás, que parece tratar a Usina como trata as empenas cegas de edifícios comuns que sobressaem na paisagem de nossa cidade em que tem afixado painéis publicitários. Não são a mesma coisa! Talvez a sua exigência (ao que tudo indica) de ter sua marca no monumento venha a ter efeito contrário ao que esperava, dada a grande rejeição que parte da população demonstrou tão prontamente. Há tempo de voltar atrás.
É preciso que alguns empresários aprendam a respeitar as regras do jogo, dadas através de instrumentos como este Edital. Ainda que se trate de propaganda por tempo determinado, roga-se para que isso não se repita. Converter monumentos em espaços publicitários jamais pode ser visto como alternativa viável.